postado em 15/09/2011 20:46
A decisão de manter em patamares mais baixos o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para montadoras que invistam em inovação e usem uma proporção mínima de componentes nacionais não vai causar aumento no preço final dos automóveis, disse hoje (15) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. ;Vamos fazer fiscalização dos preços do setor, de modo a garantir que os produtos nacionais não tenham essa elevação. Foi um compromisso da indústria que os preços não subiriam;, garantiu.A isenção do aumento no IPI vale para as montadoras que usarem componentes nacionais em pelo menos seis etapas das 11 do processo de produção. Quem não atender a esse requisito, pagar até 30 pontos percentuais a mais na alíquota do imposto. Segundo Mantega, o benefício deve beneficiar de 12 a 15 empresas. No entanto, a quantidade total de montadoras só será conhecida após avaliação que será feita nos próximos 60 dias.
[SAIBAMAIS]Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ;metade dos veículos importados que hoje são comercializados no Brasil vai ficar de fora desse benefício;. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, a medida tem o objetivo de estimular a competitividade industrial e não aumentar a arrecadação. ;O objetivo não é fiscal. O objetivo é defender a produção, o emprego e a inovação tecnológica em um cenário internacional em que há desequilíbrio das moedas e uma pressão crescente dos produtos que estão sobrando em outros países;, disse Mercadante. Ele observou que essa sobra, em geral, tem sido canalizada para mercados que estão se mantendo em crescimento. ;É medida defensiva e indispensável para preservar a produção, o emprego e o crescimento econômico de uma cadeia que é uma das mais importantes da indústria brasileira;, completou.
Para José Luiz Gandini, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), entidade que representa 30 empresas, a medida vai afetar o investimento de futuras montadoras estrangeiras no Brasil. ;No primeiro momento, vai ter parada de investimento.; A preocupação maior, segundo ele, é com os veículos já comprados. ;As empresas estão trazendo carro de fora, tem carros no navio, tem carro pago e ficaram invendáveis. Vamos perder muito dinheiro ou ficar com eles em estoque;, disse. De acordo com Gandini, as vendas das importadoras representadas pela Abeiva representam 6% do comércio nacional, o que significa um volume de 18 mil carros por mês.