postado em 16/09/2011 19:16
O anúncio das medidas que vão deixar os carros importados mais caros agradou a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e sindicatos, mas foi criticada por uma das montadoras que será prejudicada com o aumento. Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (16/9), a chinesa Jac Motors Brasil contestou o que chamou de "medida protecionista do Governo", anunciada ontem pelos ministros Guido mantega, Fernando Pimentel e Aloízio Mercadante. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre carros vindos de fora foram aumentadas em 30%. Na ponta do lápis, os preços vão subir entre 25% e 28%, dependendo do modelo. Todos os veículos que tiverem mais de 35% das suas peças oriundas de outros países serão sobretaxados. A decisão, que começa em 60 dias e vai até dezembro de 2012, foi tomada após pressão de industriais brasileiros e representantes de trabalhadores do setor, que têm reclamado de perda de competitividade e de cortes de empregos diante da enxurrada de importados que vem inundando o mercado nacional.
Em nota, a Jac Motors disse que a elevação na alíquota do IPI de 30 pontos porcentuais (13% para 43%) para automóveis importados, traduz-se na realidade por um aumento de 230% na alíquota atual de IPI e que "o resultado desta nova alíquota de IPI na realidade equivale a um Imposto de Importação de 85% para os automóveis importados com origem fora do eixo do Mercosul e do México"; A montadora afirma que, de acordo com as regras da OMC, o teto para alíquotas de importação de automóveis é de 35%.
Eles ressaltam também que a função do IPI na cadeia tributária brasileira não é regular comércio exterior, mas de ser uma medida protecionista do governo ainda mais severa do que a mudança de alíquota de importação em 1995, quando subiu de 32% para 70%. "Naquele ano, o PIB do Brasil foi de US$ 800 bilhões, com déficit de balança comercial e alta dívida externa, além do nosso País contar com poucas reservas cambiais. Esse cenário é exatamente o oposto do que ocorre hoje.
A JAC Motors Brasil informou ainda que, por enquanto, não vai alterar os preços de automóveis no Brasil e que continuará com os planos de construir uma fábrica de automóveis no Brasil, que englobam o investimento de R$ 900 milhões.