Economia

Uruguai negocia com o Brasil para ser excluído de alta de imposto a carros

Agência France-Presse
postado em 20/09/2011 18:29
MONTEVIDÉU - O governo uruguaio negocia com o Brasil para ficar excluído do aumento de 30% decretado na semana passada no imposto aplicado sobre veículos importados, disse nesta terça-feira à AFP o diretor nacional de Indústrias do Uruguai, Sebastián Torres. "Falamos com o Ministério da Indústria e está sendo gerido um contato entre os ministros para especificar qual é o alcance do novo decreto brasileiro, e termos certeza de que o Uruguai não será afetado pela medida", disse Torres.

"A ideia seria conseguir que os veículos uruguaios não tivessem que pagar 30% ao entrar no Brasil, que continuássemos no acordo de complementação que temos com eles", explicou o diretor, indicando que "são basicamente quatro empresas que produzem e vendem ao Brasil".

[SAIBAMAIS]As exportações do setor automotivo no Uruguai mais do que dobraram de 2005 a 2010, segundo o instituto Uruguai XXI, que informa que no país existem mais de 40 empresas no setor. Até agora, o Uruguai contou com vários acordos para exportar com taxas zero para Argentina e Brasil, seus parceiros no Mercosul (integrado também pelo Paraguai).

Em 2010, as exportações de veículos subiram para 331 milhões de dólares e as de peças para 228 milhões de dólares, segundo Uruguai XXI.

Torres indicou que esse tipo de medida protecionista, como a aplicada pelo Brasil, responde ao fato de as taxas de recuperação econômica no mundo não terem sido as esperadas. "Quando se entra em um período de crise, os países tendem a adotar medidas desse tipo. O importante é definir que os países do Mercosul não sejam afetados", enfatizou.

Ele completou que o Uruguai, como um país pequeno e aberto ao restante do mundo, está trabalhando em políticas de produtividade e competitividade, principalmente nos setores automobilístico, farmacêutico, madeireiro, naval e de roupas.

As novas condições impostas pelo Brasil somam-se à aplicação por parte da Argentina de um novo regime de licenças não automáticas de importação que gerou queixas por parte dos exportadores uruguaios.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação