postado em 22/09/2011 17:10
Em mais um dia de queda nos mercados financeiros ao redor do mundo, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que o mundo está em uma ;zona de perigo; e que a crise da dívida em países desenvolvidos pode se espalhar para emergentes.;Ainda acho improvável um segundo mergulho recessivo das maiores economias do mundo, mas minha confiança nisso está sendo erodida diariamente pelas notícias econômicas;, declarou Zoellick, durante o encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, nesta quinta-feira (22). ;Uma crise feita no mundo desenvolvido poderia se tornar uma crise para países emergentes. Europa, Japão e estados Unidos têm de agir para enfrentar seus grandes problemas econômicos antes que eles se tornem problemas maiores para o resto do mundo;, disse.
Ainda no encontro desta quinta-feira, Zoellick disse que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem se concentrar em medidas internas e pediu que evitem a tentação do protecionismo.
Segundo Zoellick, após um período de alta durante o ápice da crise econômica mundial, o protecionismo registrou queda recentemente, devido às pressões inflacionárias em muitos países, mas pode voltar a crescer. "Não deixem os países navegarem para o protecionismo", disse. "Haverá a tentação de alguns países de começar a proteger suas indústrias manufatureiras".
O presidente do Banco Mundial, porém, lembrou que, no caso do Brasil, a indústria vem enfrentando dificuldades devido à pressão provocadas pela valorização do real frente ao dólar.
Zoellick citou ainda a necessidade de reformas estruturais nos países da América Latina, para que possam diversificar suas economias, já que a demanda por produtos agrícolas pode não se manter em alta indefinidamente.
As advertências de Zoellick foram ecoadas por Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, que disse que a situação econômica global está em uma posição ;perigosa; e que o caminho rumo à recuperação é "mais estreito do que três anos atrás". Lagarde ainda afirmou que os líderes internacionais devem agir rapidamente em termos de consolidação fiscal, controle de dívidas internas e reformas do setor público.