Economia

FMI transfere para BCE responsabilidade de colocar ordem na casa

postado em 26/09/2011 08:00

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Washington ; Sem dinheiro para socorrer as economias cambaleantes da União Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) transferiu a responsabilidade de colocar ordem na casa para o Banco Central Europeu (BCE) e, assim, evitar que a crise da dívida pública dos países da Zona do Euro cause mais danos à economia global. Para o diretor do departamento europeu da instituição, Antonio Borges, o BCE é o único agente que ;pode realmente alarmar os mercados;.

O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef), que tem 440 bilhões de euros (US$ 594 bilhões), não poderia combater a crise sozinho, diz ele. Analistas afirmam que, com esse valor, o fundo de resgate será insuficiente, caso a crise se espalhe para economias maiores como Itália ou Espanha, além de Grécia, Portugal e Irlanda. E os investidores estão cada vez mais céticos quanto ao fato de a Grécia conseguir evitar o calote da sua dívida.

;É muito importante que vejamos uma combinação do Banco Central Europeu e do fundo de resgate;, disse Antonio Borges. A Alemanha tem se mostrado relutante em colocar mais de seu próprio dinheiro para reforçar o fundo e, em vez disso, voltou seu foco para formas de elevar os fundos já existentes, possivelmente por meio do BCE.

A maior autoridade financeira da União Europeia , Olli Rehn, disse, no sábado, que os governos da região devem atribuir logo mais poderes ao EFS. Assim, será possível voltar a atenção para decidir como obter mais resultados com o dinheiro existente. De acordo com estimativas de analistas, os recursos do fundo de resgate teriam que subir para pelo menos 2 trilhões de euros, cinco vezes mais, para proteger Itália e Espanha, caso a crise se espalhe.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ontem que está confiante em obter, na próxima quinta-feira, o aval do Parlamento para a ampliação de competências do Feef, graças aos votos de sua maioria liberal-conservadora. ;Quero minha própria maioria e confio em que a terei. Farei campanha nesse sentido;, disse.

Nos últimos meses, várias vozes dissonantes se levantaram no âmbito do partido conservador da chanceler (CDU) e de seu parceiro liberal no governo (FDP), alimentando a especulação sobre um possível fracasso da votação. Mas a aprovação é praticamente certa depois que dois dos três partidos de oposição anunciaram apoio.

Merkel descartou categoricamente uma saída da Grécia da Zona do Euro, bem como um retorno hipotético ao marco alemão, que, segundo ela, pesaria gravemente nas exportações alemãs. Para ela, deve-se evitar o default parcial da Grécia. ;Não podemos destruir a confiança dos investidores no meio do caminho, porque então ninguém mais investirá seu dinheiro na Europa;, disse.

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