postado em 27/09/2011 08:00
Depois de atingir os principais grupos empresariais, a desaceleração da economia ameaça agora a companhia mais valiosa do planeta. Alguns fornecedores de peças do iPad indicaram, nas últimas semanas, que a Apple diminuiu os pedidos em 25%, informou o banco JP Morgan Chase. A circulação da notícia entre os investidores fez as ações da companhia fundada por Steve Jobs despencarem quase 3% no início do pregão de ontem.;Nossa avaliação é de que isso não é uma preparação para o lançamento de um novo modelo;, disparou o analista da instituição Gokul Hariharan. O corte de pedidos, segundo o economista, pode indicar a projeção de vendas menores. Além da crise financeira e de inúmeros processos desencadeados pela guerra de patentes contra outras empresas de tecnologia, a empresa tem enfrentado problemas para expandir a produção em países com grande mercado consumidor.
Problema local
É o caso do Brasil, onde a dificuldade de encontrar um sócio brasileiro capacitado é vista como o maior gargalo à instalação de uma fábrica de iPads, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Segundo o ministro, apesar dos esforços da pasta, faltam soluções para o fornecimento de energia, contratação de mão de obra qualificada e associação a parceiros locais. ;A negociação é bastante complexa. As condições de estrutura, tecnologia, energia e logística são muito complexas;, observou.
A expectativa oficial do ministério é de que a empresa Foxconn comece a produzir o tablet até o fim do ano em Jundiaí, em São Paulo, apesar das dificuldades da companhia taiuanesa em levantar fundos para a concretização do negócio. Outra unidade, voltada à montagem de iPhones e iPods, também pode ser erguida na região. Mercadante afastou a possibilidade de a fabricação dos dispositivos ser adiada, destacando que, apesar da complexidade, as negociações estão avançadas e que está ;otimista; com o resultado.
Apesar dos sinais de desaceleração e da dificuldade em países emergentes, analistas do setor apontam expectativas positivas para a Apple na Ásia ; especialmente na China, onde as lojas continuam lotadas. ;Prevemos forte crescimento do lucro para a Apple, em razão das indicações de grande procura mundial por iPhone e iPad;, destacaram os analistas da financeira Canacoord Genuity.
Batalha digital
Depois de a Apple conseguir que a Justiça vetasse a venda dos tablets da Samsung na Alemanha, a empresa sul-coreana solicitou a uma corte na Holanda a proibição da comercialização de iPads e iPhones no país. A Samsung iniciou quatro processos contra a companhia de Steve Jobs em Haia e pediu uma liminar contra os produtos portáteis da marca que utilizam a tecnologia 3G. É provável que a ação inclua o iPhone 5, que será lançado em outubro.