Agência France-Presse
postado em 01/10/2011 14:42
BRASÍLIA - O presidente das montadoras francesa Renault e japonesa Nissan, Carlos Goshn, anunciou neste sábado em Brasília um plano de investimentos no país para dobrar a participação das duas marcas no mercado brasileiro até 2016.
"Fixamos como objetivo até 2016 duplicar esta participação de mercado, acima de 13% de participação de mercado. A Renault acima de 8% e a Nissan acima de 5%", disse Goshn após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.
"A aliança tem hoje uma participação de mercado no Brasil bem abaixo da que tem a nível mundial mundial (10%). No Brasil é de 6,5% (5,5% para a Renault e pouco mais de 1% para a Nissan). Evidentemente, acreditamos que o potencial está bem acima disto", afirmou.
Para cumprir os objetivos, Ghosn anunciará na quarta-feira e quinta-feira dois grandes investimentos para as duas marcas no Brasil, mas não quis antecipar os números.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que os investimentos serão uma ampliação da fábrica da Renault/Nissan no estado do Paraná e uma fábrica totalmente nova na cidade de Resende, no Rio de Janeiro.
Também são aguardados anúncios para a produção de carros elétricos.
"A aliança considera o Brasil um dos mercados mais estratégicos", declarou Ghosn, depois de oficializar os planos do grupo em uma reunião privada com a presidente Dilma Rousseff.
Atualmente, o Brasil é o terceiro mercado mundial da Renault, e provavelmente será o segundo ao fim do ano, atrás apenas da França, segundo Ghosn. No total, 60% das vendas da marca ainda acontecem na Europa.
"Para a Nissan, é mais um potencial de futuro, com um aumento da produção de peças no Brasil, muitas delas importadas atualmente do México", disse.
Com a estabilidade econômica e o alto consumo, o mercado de carros brasileiros é um dos que registra maior expansão e deve encerrar 2011 com um aumento de 5% nas vendas internas, que alcançarão 3,7 milhões de veículos, segundo previsões da associação de montadoras Anfavea.
O anúncio coincide com a recente decisão do governo brasileiro de aumentar em 30% a taxa aplicada aos veículos importados e aos que não tenham 65% das peças produzidas no país ou no Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).