postado em 05/10/2011 18:29
Rio de Janeiro ; A indústria brasileira de jogos eletrônicos terá o seu perfil traçado por uma pesquisa da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp). A instituição foi a vencedora da licitação aberta pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O levantamento tem o objetivo de contribuir para a criação de políticas públicas de desenvolvimento do setor. O prazo de conclusão é previsto para 2012.O professor do Departamento de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Esteban Clua, disse que o mercado nacional de jogos eletrônicos (games) vem crescendo nos últimos anos e a pesquisa da Fusp permitirá que se tenha dados detalhados do setor. Segundo ele, a participação brasileira no mercado mundial de games cresceu de 0,2% do total, em 2009, para cerca de 2% atualmente, em termos de vendas legais.
Clua estimou que o mercado de jogos eletrônicos nacional acumulou um faturamento de vendas, no ano passado, em torno de R$ 2 bilhões. Hoje, 51 empresas atuam no setor e são cadastradas na Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames).
O professor da UFF declarou, contudo, que esse número pode ser bem maior, levando em conta que muitas empresas de tecnologia da informação e de mídias digitais começaram a desenvolver jogos. ;É um novo filão a ser explorado, não só economicamente, mas também como uma nova mídia, para treinamento de empregos, como simuladores, em ambientes de realidade virtual, todos usando tecnologia de videogames;.
Embora continue destinando parte da produção para o exterior, o mercado interno de games ;é forte;, disse Clua. Estudo recente feito nos Estados Unidos aponta o Brasil entre os quatro maiores consumidores na área de jogos, atrás da Alemanha, Rússia e dos Estados Unidos. A pesquisa não incluiu a China e a Coreia. ;O Brasil tem 39 milhões de jogadores ativos, o que tem feito com que muitas empresas grandes fiquem de olho aberto no nosso país;.
O game nacional apresenta várias versões: jogos publicitários, jogos para empresas usarem em treinamento de funcionários, jogos casuais de consumo rápido para tablets (computadores de prancheta), entre outros.
O professor destacou a importância que o BRGames - programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura - teve para o setor ao confirmar que os jogos eletrônicos são um elemento cultural para o país. ;O programa foi muito importante para que outras iniciativas viessem atrás;, disse. Ele ressaltou também o apoio que a indústria vem recebendo do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. Graças ao esforço do ministro, a Microsoft já anunciou que vai abrir um polo de desenvolvimento em Manaus (AM).
O professor do Departamento de Computação da UFF informou que a indústria de jogos eletrônicos responde pela criação de 3 mil a 4 mil empregos diretos formais no país. Clua participou de conferência realizada dentro da Brasil Game Show, que reúne 92 expositores até o próximo domingo (9), no Rio de Janeiro.