Enviado Especial
postado em 05/10/2011 20:21
São Paulo ; A alemã Lanxess, líder mundial em especialidades químicas, vai investir R$ 75 milhões até 2013 para agregar valor sustentável à sua produção de borrachas sintéticas e de plásticos no Brasil. Com foco no crescimento da indústria automotiva no país e no avanço da demanda mundial por componentes de menor impacto ambiental, a multinacional anunciou ontem a construção de um centro de tecnologia e de uma unidade de desenvolvimento de pneus verdes de longa duração e desempenho superior, ambos em seu pólo industrial de Porto Feliz (SP).;Essa é uma prova de nossa confiança no mercado brasileiro, um dos que mais cresce no mundo e que está no centro de nossa estratégia global;, comentou o presidente mundial Axel Heitmann. Para completar seu bloco de projetos ecologicamente corretos, a Lanxess também informou que passará a produzir em dezembro, na sua fábrica de Triunfo (RS), uma borracha obtida a partir de derivados da cana-de-açúcar, a ser fornecida pela Braskem por meio de um gasoduto exclusivo. ;O produto inédito no mundo já tem 2 mil clientes interessados e é o primeiro do tipo a usar fonte renovável;, disse Guenther Weymans, chefe mundial da unidade de borrachas da companhia.
A fábrica gaúcha já produz 40 mil toneladas anuais do material convencional e deverá somar mais 10 mil de sua versão verde. Os executivos da Lanxess ressaltaram que a crescente procura por veículos de menor consumo de combustíveis vem transformando a indústria automotiva, com substituição de materiais e desenvolvimento de pneus especiais. ;Nos últimos 30 anos, os plásticos saíram de 7% para 20% do conteúdo dos carros. Os pneus, por sua vez, interferem em até 30% do gasto com combustível, tornando o material decisivo;, acrescentou Heitmann. A tendência, segundo ele, é de novos materiais com base renovável serem desenvolvidos no Brasil ;por ser um país de destaque nos biocombustíveis;.
Marcelo Lacerda, presidente da Lanxess no Brasil, afirmou que a decisão do governo de elevar a carga de impostos sobre automóveis importados não reduz as perspectivas de crescimento excepcional dos negócios do setor no país. ;Mesmo as montadoras chinesas que afirmaram ter desistido de instalar fábricas no mercado brasileiro vão acabar retomando a decisão de investir aqui e atingir os níveis de nacionalização exigidos;, afirmou. Ele acredita que, nos próximos anos, toda a produção de borrachas da empresa no país fique no consumo doméstico. Hoje, 40% é exportada.
*O repórter viajou a convite da Lanxess