postado em 06/10/2011 12:16
A inadimplência do consumidor aumentou 5,8% em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6/10) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Nos nove meses deste ano, a inadimplência acumula alta de 5,26% em relação ao mesmo período de 2010, o que é atribuído pela entidade à inflação e ao aperto no ciclo monetário, decorrente das medidas tomadas pelo Banco Central na administração da política de juros.A inadimplência teve queda em setembro de 3,62% comparada ao mês de agosto, o que pode indicar uma inversão da curva de crescimento e perda de força dessa variável. No entanto, o SPC Brasil avalia que não deverá haver reversão do quadro no acumulado deste ano. As consultas ao serviço, para efeito de tomada de crédito, cresceram em setembro 3,46% em relação ao mesmo mês do ano passado ; em relação a agosto deste ano, entretanto, há registro de queda de 7,91%, o que mostra retração no ritmo das vendas a prazo, espelhando desaceleração da economia brasileira e dificuldade do consumidor de comprar em ritmo maior, por causa da inflação.
A recuperação de crédito, que reflete a reabilitação do consumidor para novos financiamentos, teve crescimento muito pequeno em setembro, em relação ao mesmo mês do ano passado, da ordem de 0,13%, contra expansão de 7,81% em agosto, em relação a julho. Isso também é uma amostra de que a inflação reduziu a capacidade econômica do consumidor, avalia o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, que prevê redução do nível de compras até o final do ano no comércio varejista.
A alta verificada no dólar, com a desvalorização do real, tornou alguns produtos mais caros, mas efeitos maiores só serão sentidos dentro de 30 a 40 dias, segundo o presidente da CNDL. Entre as categorias de produtos mais afetadas pela alta do dólar ele cita os eletroeletrônicos, que têm nível de estoque menor. Em outros segmentos as compras são feitas com mais antecedência, portanto, a um valor mais baixo do dólar. Isso fez com que seus preços ficassem menos sensíveis à alta recente da moeda estrangeira, explicou Pellizzaro Junior.