Economia

Tombini indica que Banco Central continuará com redução dos juros básicos

postado em 06/10/2011 18:15
A retração da economia internacional e a desaceleração da produção brasileira permitirão ao Banco Central (BC) continuar com cortes graduais dos juros básicos, disse nesta quinta-feira (6/10) o presidente da instituição, Alexandre Tombini. Ele reiterou que a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergirá para o centro da meta, de 4,5%, em dezembro de 2012.

Durante a solenidade de lançamento do novo sistema de busca de normas na página da instituição na internet, o presidente do BC declarou que a autoridade monetária deverá prosseguir com a redução da taxa Selic. ;Olhando para a frente, nas atuais condições, o atual ajuste moderado dos juros é consistente com a convergência da inflação para o centro da meta no final de 2012;, destacou.

Para Tombini, a previsão de menor crescimento da economia brasileira neste ano e as medidas de contenção do crédito tomadas pelo Banco Central no fim do ano passado também ajudarão a conter a inflação. Segundo ele, a autoridade monetária está cumprindo o objetivo de reduzir a atividade econômica em 2011. ;Já víamos em agosto sinais mais nítidos do processo de moderação. Em 2010, o PIB [Produto Interno Bruto] cresceu 7,5%. Em junho, [a expansão] no acumulado de 12 meses estava em 4,7%. Na revisão do Relatório de Inflação [publicado na semana passada], a projeção caiu para 3,5%;, declarou Tombini.

Sobre a alta do dólar nas últimas semanas, o presidente do BC disse que o Brasil está mais preparado para enfrentar mudanças repentinas na conjuntura internacional. Ele assegurou que o BC está pronto para mudar de rumos e agir caso detecte desequilíbrios, como ocorreu com a retomada da venda de dólares no mercado futuro e a interrupção da compra da moeda norte-americana no mercado à vista.

Tombini, no entanto, advertiu que o BC deve intervir caso descubra que investidores estejam aproveitando a subida da moeda norte-americana para especular. ;Onde houver problemas localizados e as coisas fugirem do movimento internacional do dólar, asseguramos a entrada em ação em mercados específicos;.

Na avaliação do presidente do BC, os R$ 420 bilhões depositados pelas instituições financeiras no BC como compulsório e os cerca de US$ 350 bilhões em reservas internacionais oferecem um colchão de liquidez (dinheiro que pode ser usado no curto prazo) para a economia brasileira. Ele assegurou que a autoridade monetária voltará a comprar dólares para ampliar as reservas assim que as condições de mercado permitirem.

;Não abdicamos da política de acumulação de reservas internacionais. Essa diferenciação do país permitiu ao Brasil transitar de forma tranquila pela crise internacional. Esse colchão de liquidez vai continuar;, ressaltou.

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