Agência France-Presse
postado em 13/10/2011 18:15
Paris - Os europeus, sob pressão, prometerão na sexta-feira e no sábado a seus sócios do G20 em Paris, que vão resolver, de uma vez por todas antes do final do mês, a crise da dívida que ameaça o conjunto da economia mundial. "A prioridade absoluta é encontrar elementos para estabilizar a zona do euro, epicentro da crise mundial", disse a presidência francesa do grupo das vinte economias mais ricas e emergentes às vésperas desta reunião de ministros das Finanças e representantes de bancos centrais. O encontro "servirá principalmente de preparo" para a reunião do G20, nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, no sudeste da França, diz o ministério alemão das Finanças.Paris não espera decisões concretas, apesar de alguns "avanços, por exemplo sobre um código de conduta para a gestão dos fluxos de capitais, cujos movimentos precipitados desestabilizam aos países emergentes". Em troca, o encontro permitirá aos europeus dar a conhecer os esforços que realizam para salvar a zona do euro e a seus sócios, que não param de pedir por soluções aceitáveis.
O Japão disse que pedirá a Europa detalhar o esquema que espera adotar. Os Estados Unidos, que desde setembro aumentou as pressões, voltou a exigir ao Velho Continente que adote um projeto sólido contra os riscos de propagação da crise. A Eurozona se comprometeu formalmente ante ao G20, no dia 22 de setembro em Washington, a acelerar o passo para a reunião de Paris. Promessa só cumprida em parte.
Após três meses de tensas negociações, o acordo de 21 de julho que amplia a capacidade do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef), estará finalmente operacional à abertura do encontro depois da ratificação da Eslováquia, nesta quinta-feira, depois de uma primeira negativa na terça-feira.
Os europeus começaram a esboçar uma resposta "duradoura, global e rápida" que prometem apresentar em Cannes e que vai gerar uma série de reuniões em Bruxelas nos dias 21 ao 23 de outubro. "A primeira reunião do G20 será o conselho europeu de 23 de outubro", disse o ministro francês de Finanças. Após semanas de deturpação, o que está em jogo é recapitalizar os bancos europeus para permitir-lhes recuperarem-se das perdas, superiores às previstas, em relação à dívida grega.
Paralelamente, é preciso "maximizar" a "potência de fogo" do Feef, como pedem os americanos, para demonstrar que a zona do euro não permitirá que uma eventual quebra da Grécia contamine outros pesos pesados como Itália ou Espanha. "A ideia é gerar confiança com três frentes: Grécia, Feef e recapitalização bancária", explica a presidência francesa do G20.
A Europa espera por a casa em ordem antes da reunião de Cannes, com a finalidade de pedir em troca que seus sócios participem de um esforço comum contra os riscos de uma queda da economia mundial para uma recessão. Assim, cada país do G20 terá que apresentar antes da reunião "duas ou três medidas significativas" para lutar contra esta desaceleração, segundo a presidência francesa. Os que possuem margem de manobra terão que contribuir para a "recuperação", dizem os franceses.