Economia

Brics querem que Fundo Monetário gaste US$ 350 bilhões para salvar europeus

postado em 15/10/2011 11:04
Paris ; As principais potências emergentes do mundo, reunidas sobre o acrônimo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) querem usar o Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países europeus que enfrentam a crise da dívida pública. Mas países desenvolvidos como os Estados Unidos e a Alemanha resistem a recorrer ao organismo multilateral de crédito, preferindo uma saída eminentemente europeia. O impasse será um dos principais assuntos na reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G-20 (grupo das 19 maiores economias mais a União Europeia) hoje, na capital francesa.

Essa iniciativa reforça o pedido dos Brics por mais peso na estrutura interna de poder no FMI, fazendo valer seu crescimento econômico em ritmo maior e suas enormes reservas internacionais, superiores a US$ 4 trilhões. Ontem, o ministro das Finanças sul-africano, Pravin

Gordhan, disse que os recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) podem ser insuficientes para evitar um contágio da crise. O mecanismo tem 440 bilhões de euros disponíveis, o equivalente a US$ 604 bilhões. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que não há consenso no G-20 sobre o auxílio do Fundo.

;Os problemas enfrentados na Europa são complicados de resolver, mas estão claramente dentro dos recursos disponíveis;, minimizou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner. Num discurso afinado, seu colega alemão, Wolfgang Sch;uble, afirmou que os próprios europeus devem ;cumprir a tarefa; de debelar a crise na Zona do Euro.

Injeção
Segundo um plano de ação divulgado pela diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, a instituição pode ser obrigada a gastar US$ 385 bilhões para ajudar alguns dos seus estados membros nos próximos 12 meses. Ontem, participantes da reunião do G-20 estimaram que o FMI precisaria de uma injeção de mais US$ 350 bilhões para ajudar a Grécia e a Itália, por exemplo. Os recursos seriam obtidos por uma nova rodada de aportes pelos países, opção que enfrenta resistências políticas nos Estados Unidos e na Europa, ou por uma captação no mercado. Essa alternativa pode ser tecnicamente de difícil execução.

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