Economia

Para "evitar a bancarrota", Portugal aumenta a austeridade fiscal

postado em 18/10/2011 08:47
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Lisboa ;
As novas medidas de austeridade previstas para o orçamento de 2012 deverão aprofundar a recessão da economia portuguesa, que deve se contrair 2,8% no próximo ano, um recuo bem mais acentuado do que os 2,3% previstos até agora, anunciou ontem o ministro das Finanças Vitor Gaspar. Se confirmado, será o maior declínio econômico de Portugal em várias décadas. O governo também reviu de 1,8% para 1,9% a estimativa de retração econômica neste ano.

O ministro disse que, desde o início de 2011, o governo se desviou de sua meta de conter o deficit público em 3,4 bilhões de euros. Segundo ele, isso exigirá medidas mais rigorosas que as previstas pelo plano de ajuda de 78 bilhões de euros acordado entre Portugal, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional em maio passado. Na época, a estimativa era a de que a recessão em Portugal ficaria em torno de 2% em 2012. ;É evidente que o ponto de partida do orçamento é muito mais desfavorável; que o contemplado no programa de assistência financeira;, disse Gaspar.

O esboço orçamentário, apresentado ontem ao Parlamento pelo governo de centro-direita, estima que o deficit orçamentário ficará em 4,5% do PIB em 2012, ante 5,9% neste ano. No primeiro semestre, o rombo ficou em 8,3%. Segundo o ministro das Finanças, Portugal precisa cumprir a meta para ;evitar a bancarrota;. Para que o objetivo seja alcançado, o governo anunciou a supressão temporária dos pagamentos extras dos funcionários públicos e pensionistas que ganham mais de 1.000 euros e o aumento da jornada de trabalho no setor privado.

As constantes medidas de ajuste têm provocado enorme insatisfação na opinião pública. Assustados com o desemprego, que já alcança 12,3% da população ativa, milhares de portugueses saíram às ruas no último sábado para protestar contra o novo aperto dos cintos exigido pelo governo.

Por sua vez, os principais sindicatos de trabalhadores ; CGTP e UGT ; já convocaram uma greve geral, cuja data será definida amanhã. O último movimento desse tipo em Portugal aconteceu em 24 de novembro do ano passado em protesto contra a política de austeridade conduzida na época pelo governo de José Sócrates.

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