Economia

Funcionários da Infraero cruzam os braços, mas não causam o caos esperado

postado em 21/10/2011 08:32

A greve dos aeroportuários iniciada na quinta-feia (20/10) teve pouco impacto nos terminais internacionais de Brasília, Guarulhos (SP) e Viracopos (SP). No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, o ambiente esteve tranquilo durante todo o dia. Embora não tenha conseguido gerar o caos que esperava, a paralisação continua até a meia-noite de hoje. Segundo o sindicato nacional da categoria, o movimento pode ser ampliado nos próximos dias.

A Infraero, responsável pela administração dos aeroportos, informou que deslocou funcionários para as operações mais importantes que afetariam o embarque e o desembarque.

Em Campinas, dos 47 voos domésticos previstos, foram registrados três cancelamentos e um atraso. Apenas uma partida internacional foi cancelada. Dos 87 embarques internos em Guarulhos, foram registrados apenas quatro cancelamentos e três atrasos acima de 30 minutos.

Dos 36 internacionais programados, houve um cancelamento e três com atraso nesse período. Em Brasília, dos 73 voos domésticos previstos para ontem, houve quatro cancelamentos e três atrasos. Nas três partidas internacionais programadas, uma foi cancelada. Segundo a Infraero, nada disso teve a ver com a greve.

A principal reivindicação é modificar o projeto de privatização dos terminais, mantendo o controle acionário nas mãos da Infraero. ;Não seria justo uma empresa pública, com 38 anos de existência, ser privatizada apenas para a realização de um evento;, destacou Samuel Santos, diretor do sindicato. Para ele, a única necessidade na área é a melhoria na gestão e administração dos aeroportos.

Segundo o sindicato, a adesão atingiu 30% da categoria em Brasília. Em Viracopos e Guarulhos, o impacto teria sido mais significativo (80%), afetando principalmente o trânsito de cargas. A Infraero informou que em torno de 800 toneladas de mercadorias estão paradas nos terminais aguardando o embarque. Segundo a estatal, apenas os artigos perecíveis e os animais estão sendo liberados.

Mesmo sem transtornos aparentes, a maioria dos passageiros ficou apreensiva com o anúncio da paralisação. Foi o caso do biólogo Cláudio Silva, 32 anos, que chegou ao aeroporto de Brasília com duas horas de antecedência. ;Estava com medo de o meu voo, de volta ao Rio de Janeiro, atrasar muito ou até mesmo ser cancelado. Ainda bem que está tudo normal;, afirmou.

[SAIBAMAIS]A Gol garantiu que manterá aeronaves e tripulantes extras em alguns aeroportos. A Tam pediu que os clientes entrem em contato com a central de atendimentos antes de ir aos aeroportos para verificar as condições do voo.

Para conter o protesto, a

Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação civil pública na Justiça. Mas a juíza da 11; Vara do Trabalho em Brasília, Patrícia Birchal Becattini, não aceitou o processo, que pretendia garantir 90% dos serviços aeroportuários. Ela decidiu que a ação movida pelo governo não é compatível com esse tipo de pedido, que deveria ser feito por meio de uma ação de dissídio coletivo de greve.

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