Jornal Correio Braziliense

Economia

UE estima recapitalização de 108 bilhões de euros de seus bancos

Os países da União Europeia estimam que haja uma recapitalização de seus bancos em cerca de 108 bilhões de euros para enfrentar a crise da dívida e um eventual default da Grécia, disse neste sábado à AFP uma fonte próxima às negociações.

Durante a reunião em Bruxelas, os ministros das finanças europeus estimaram entre "107 bilhões ou 108 bilhões de euros" o volume a ser injetado nos bancos e estipularam em 9% o capital básico (tier I) que será exigido aos bancos, disse a fonte.

Até agora era estimado entre 80 bilhões e 100 bilhões de euros o volume necessário para que os bancos europeus aumentassem seus fundos de reserva e amortizassem o choque de uma quebra grega.

O acordo final, no entanto, não poderá ser finalizado neste sábado. A decisão recairá sobre os chefes de Estado e de Governo da União Europeia que se reúnem no domingo em uma primeira reunião em Bruxelas, segundo uma fonte diplomática europeia.

A recapitalização dos bancos, considerada necessária para evitar o contágio da crise da dívida que sacode a zona do euro, também depende das negociações que se realizam em paralelo para aumentar a capacidade de ação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Nesse ponto, as negociações são difíceis, devido às disparidades entre França e Alemanha. Segundo os europeus, os bancos que necessitarem de uma injeção de capital para cumprir os novos requisitos de fundos própios terão que tentar fazê-lo por seus próprios meios, antes de pedir ajuda aos governos nacionais e, como último recurso, ao FEEF.

A chanceler alemã Angela Merkel felicitou nesta sexta-feira os "avanços" nas reuniões dos ministros das finanças europeus para salvar a Eurozona, mas advertiu que nenhuma decisão será tomada antes da reunião de quarta-feira.

"Os ministros das Finanças (reunidos neste sábado em Bruxelas) fizeram avanços", disse Merkel. Contudo, "não haverá nenhuma decisão definitiva antes de quarta-feira", durante a reunião europeia, disse ela, a margem da reunião de ministros de Economia dos 27 países da UE. "Serão negociações difíceis. Por isso é que França e Alemanha devem ser ativos na preparação", disse a líder alemã.

A agenda de Merkel inclui um jantar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para encontrar uma solução definitiva à crise da dívida. "Não haverá decisões definitivas amanhã (domingo) durante a reunião da Eurozona já que são negociações muito difíceis tecnicamente", disse.

A Eurozona celebra o domingo uma reunião que será seguida por outra na quarta-feira 26 de outubro. "Temos uma ideia mais realista da situação na Grécia e vamos trazer os elementos necessários para proteger a Eurozona". França e Alemanha, no entanto, divergem em alguns pontos, principalmente na forma de otimizar o FEEF.