Agência France-Presse
postado em 22/10/2011 16:46
Os países da União Europeia estimam que haja uma recapitalização de seus bancos em cerca de 108 bilhões de euros para enfrentar a crise da dívida e um eventual default da Grécia, disse neste sábado à AFP uma fonte próxima às negociações.Durante a reunião em Bruxelas, os ministros das finanças europeus estimaram entre "107 bilhões ou 108 bilhões de euros" o volume a ser injetado nos bancos e estipularam em 9% o capital básico (tier I) que será exigido aos bancos, disse a fonte.
Até agora era estimado entre 80 bilhões e 100 bilhões de euros o volume necessário para que os bancos europeus aumentassem seus fundos de reserva e amortizassem o choque de uma quebra grega.
O acordo final, no entanto, não poderá ser finalizado neste sábado. A decisão recairá sobre os chefes de Estado e de Governo da União Europeia que se reúnem no domingo em uma primeira reunião em Bruxelas, segundo uma fonte diplomática europeia.
A recapitalização dos bancos, considerada necessária para evitar o contágio da crise da dívida que sacode a zona do euro, também depende das negociações que se realizam em paralelo para aumentar a capacidade de ação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
Nesse ponto, as negociações são difíceis, devido às disparidades entre França e Alemanha. Segundo os europeus, os bancos que necessitarem de uma injeção de capital para cumprir os novos requisitos de fundos própios terão que tentar fazê-lo por seus próprios meios, antes de pedir ajuda aos governos nacionais e, como último recurso, ao FEEF.
A chanceler alemã Angela Merkel felicitou nesta sexta-feira os "avanços" nas reuniões dos ministros das finanças europeus para salvar a Eurozona, mas advertiu que nenhuma decisão será tomada antes da reunião de quarta-feira.
"Os ministros das Finanças (reunidos neste sábado em Bruxelas) fizeram avanços", disse Merkel. Contudo, "não haverá nenhuma decisão definitiva antes de quarta-feira", durante a reunião europeia, disse ela, a margem da reunião de ministros de Economia dos 27 países da UE. "Serão negociações difíceis. Por isso é que França e Alemanha devem ser ativos na preparação", disse a líder alemã.
A agenda de Merkel inclui um jantar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para encontrar uma solução definitiva à crise da dívida. "Não haverá decisões definitivas amanhã (domingo) durante a reunião da Eurozona já que são negociações muito difíceis tecnicamente", disse.
A Eurozona celebra o domingo uma reunião que será seguida por outra na quarta-feira 26 de outubro. "Temos uma ideia mais realista da situação na Grécia e vamos trazer os elementos necessários para proteger a Eurozona". França e Alemanha, no entanto, divergem em alguns pontos, principalmente na forma de otimizar o FEEF.