Agência France-Presse
postado em 24/10/2011 14:57
Bruxelas - A Espanha neste momento não corre o risco de ser engolida pela crise da dívida, mas precisa continuar vigilante diante do possível calote da Grécia, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia nesta segunda-feira."Está claro que durante a primeira metade deste ano (...) o governo central e as autoridades autônomas realizaram ações para corrigir desvios. Tudo está em ordem para alcançar a meta de reduzir em 6% o déficit de 2011", disse.
"A Espanha cumpriu seus objetivos em 2010 e as correções foram feitas em nível central e regional. O país poderá cumprir com seus compromissos adquiridos com seus sócios europeus", acrescentou.
O país teve sua nota da dívida reduzida pelas agências de classificação em decorrência da crise europeia, do pequeno crescimento econômico, finanças regionais ruins, setor bancário frágil desde a explosão da bolha imobiliária no final de 2008, além da dívida privada, das famílias e empresas.
Contudo, o país ainda afirma que apresentará indicadores financeiros melhores que o previsto para este ano.
Com um déficit de 11,1% do PIB em 2009, o governo espanhol foi um bom aluno em 2010, reduzindo-o como havia previsto para 9,3%, e pretende fechar o exercício deste ano com 6%, e a 4,4% em 2012. Segundo especialistas, no entanto, eventuais reduções das perspectivas de crescimento e deterioração do cenário externo podem comprometer essas metas.
A Espanha "precisa continuar vigilante para cumprir com seus compromissos de consolidação e reformas estruturais. Deve estar preparada no caso de precisar realizar novas ações".
[SAIBAMAIS]O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou no domingo, depois de seguidas reuniões em Bruxelas, que "a Espanha saiu da linha de frente da crise".
Sarkozy discursou acompanhado da chanceler alemã, Angela Merkel, que no sábado pediu à Espanha mais ajustes.
O presidente espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, respondeu: "A economia espanhola tem objetivos fundamentais, tais como o crescimento e a criação de empregos, mas a estabilidade financeira é sólida".
A Espanha sofre desde 2008 uma crise interna somada a financeira global e a explosão da bolha imobiliária. O desemprego alcançou 20,89%, mas sobe para 46,1% entre os jovens de até 25 anos.
O país tem tentado descorlar-se da imagem ruim passada pela Itália e tem procurado demonstrar comprometimento e coesão com a Eurozona, que busca soluções para a crise da dívida na região.