Economia

Mercado grego tem dia pânico puxado por queda de ações de bancos

Agência France-Presse
postado em 24/10/2011 16:01
ATENAS - O mercado grego teve um dia de pânico nesta segunda-feira (24), com as ações dos bancos puxando as quedas após a possibilidade aventada no fim de semana pela Eurozona de perdoar ao menos 50% da dívida do país, o que faria com que seus bancos tivesses que ser recapitalizados devido as suas emissões de títulos da dívida.

Além disso, o ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, admitiu a parlamentares de seu partido que o país pode de fato sofrer um default, segundo a edição desta sexta-feira de um jornal grego. "Um perdão de 50% seria uma bomba para o sistema de pensões e para os bancos", disse o jornal de direita Elefthéros Typos. O jornal esquerdista Elefthérotypia expressou seu temor também de que um dos recursos propostos pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) coloque sob supervisão as entidades bancárias do país.

Com isso, e na contramão dos mercados mundiais, a Bolsa de Atenas fechou a sessão de segunda-feira com queda de 4,51%, com investidores demonstrando forte insegurança em meio à ampliação dos rumores sobre a possibilidade de default.

O índice Athex caiu a 747,08 pontos no fechamento com alguns de seus valores bancários apresentando queda de mais de 20%.

Os títulos do Alpha Bank perderam 19,14% de seu valor e fecharam a 0,938 euro por título, as ações do Eurobank perderam 20,25% (a 0,63 euro), as do Banco Nacional da Grécia recuaram 20,79% (fechando a 1,6 euro) e as do Banco del Piero caíram 22,13% (a 0,239 euro).

Os bancos gregos e as pensões possuíam no final de agosto 52 bilhões de euros (70 bilhões de dólares) em obrigações gregas, que representam 15% da dívida soberana do país, que se estima em 350 bilhões de euros (485 bilhões de dólares).

No caso de um perdão de 50% da dívida, os quatro primeiros bancos do país (Banco Nacional da Grécia, Eurobank, Alpha e o Banco de Pireo) deverão ser recapitalizados com 8,9 bilhões de euros para manter o nível de fundos próprios em 9% sobre o total de seus ativos, segundo os cálculos de Alex Koagne, analista de Natixis.

A necessidade de recapitalización do conjunto dos bancos europeus está estimada em 108 bilhões de euros, mas alguns deles, como as entidades francesas, podem reduzir as bonificações ou usar seus ganhos para minimizar as consequências.

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