Agência France-Presse
postado em 28/10/2011 16:52
China - A China anunciou nesta sexta-feira (28/10) que aguarda a divulgação de maiores detalhes sobre o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para decidir sobre sua margem de investimento neste mecanismo de ajuda. O anúncio, feito pelo governo chinês, coincide com uma visita do chefe do fundo a Pequim, em busca de ajuda da segunda maior economia mundial.A China, que possui as maiores reservas de câmbio do mundo, com mais de 3,2 trilhões de dólares, disse em várias ocasiões que estava disposta a sustentar o euro e pediu uma maior abertura do Velho Continente a seus produtos e investimentos. Sobre o fundo, a China disse "esperar detalhes técnicos que esclareçam alguns pontos", disse o vice-ministro chinês de Finanças, Zhu Guangyao. Apesar disso, o diretor do FEEF, Klaus Regling, cuja visita foi recebida como uma tentativa de se obter respaldo financeiro da China, negou estar negociando com o país. "Não há negociações em curso com a China" sobre investimentos chineses no FEEF, disse ele, que afiram ter viajado a Pequim para "consultas regulares".
Desde o início do ano, a "China tem sido um bom cliente para as obrigações do FEEF", disse, recusando-se no entanto a indicar de quanto seria a contribuição chinesa. Pequim mantém em segredo as compras de obrigações europeias e a União Europeia (UE) só dá indicações por continente. "Cerca de 40% das obrigações emitidas pelo FEEF foram compradas na Ásia", disse Regling. O Japão comprou a metade, 20%, por 2,680 bilhões de euros. A Eurozona decidiu nas reuniões de Bruxelas de quarta e quinta-feira aumentar os fundos do FEEF para os países em dificuldades, como Itália ou Espanha. Sua capacidade de intervenção passará a 1 trilhão de euros, contra os 440 bilhões atuais.
Para chegar a este resultado, será oferecido aos investidores um sistema de seguro de crédito e um fundo especial seria outorgado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber as contribuições dos países emergentes, com a China em primeiro lugar. Regling explicou que viajou a Pequim para discutir as modalidades deste fundo especial, que pode prever que no caso de cessação dos pagamentos de um Estado, o FEEF assumiria até 15% ou 20% do valor das obrigações. "A China pode querer contribuir com algo entre 50 e 100 bilhões de dólares ao FEEF ou a um novo fundo montado em colaboração com o FMI", disse nesta sexta-feira o Financial Times, citando uma fonte próxima ao governo chinês. Os chineses, no entanto, começaram a mostrar publicamente seu ceticismo sobre o resultado da última reunião de Bruxelas.