Agência France-Presse
postado em 28/10/2011 16:54
Londres - A catedral de St. Paul de Londres reabriu nesta sexta-feira depois de permanecer fechada por mais de uma semana, ao mesmo tempo em que as autoridades municipais anunciaram que tomam medidas legais para tentar expulsar os "indignados" que acampam há duas semanas na entrada do templo.Diante do tamanho do acampamento instalado pelo grupo "Occupy LSX" no dia 15 de outubro, coincidindo com um dia mundial dos "indignados", as autoridades eclesiásticas decidiram fechar St. Paul seis dias depois para fiéis e visitantes por motivos de higiene e segurança. Mas a catedral, que não era fechada desde a Segunda Guerra Mundial, reabriu suas portas depois de conseguir fazer com que os manifestantes modificassem a distribuição do acampamento com uma missa que contou com a presença de centenas de pessoas, entre elas alguns indignados.
"O serviço foi absolutamente normal, como se nada tivesse acontecido", declarou um dos participantes, Derek Richards, de 62 anos. E, em relação ao acampamento, disse que "estava melhor agora, há mais espaço para as pessoas". No entanto, praticamente ao mesmo tempo, as autoridades municipais anunciaram que decidiram entrar com uma ação judicial para expulsar os "indignados", que colocaram 200 tendas em via pública nas imediações da catedral.
"Protestar é um direito essencial em uma democracia, mas acampar na rua não é e acreditamos que temos argumentos fortes porque um acampamento em uma rua de muito movimento afeta claramente os direitos dos outros", declarou Michael Welbank, presidente da comissão de urbanismo e transporte.
Uma porta-voz da St. Paul indicou que a ação legal "tornou-se lamentavelmente necessária" devido à rejeição dos manifestantes de "abandonar o recinto da capital pacificamente". "A direção da catedral só dá este passo com relutância e continua comprometida na busca por uma solução pacífica", acrescentou em um comunicado.
Da Austrália, onde participa de uma cúpula da Commonwealth, o primeiro-ministro David Cameron declarou-se nesta sexta-feira "muito preocupado" pelo fechamento da catedral, "edifício nacional e atração turística chave" devido aos protestos.