Economia

Forte esquema de segurança garante a proteção dos chefes de Estado do G20

Enviado Especial
postado em 02/11/2011 12:35
Cannes - Eles estão em toda parte. Centenas de oficiais da policia nacional (PN) da Franca controlam, desde segunda-feira, o movimento de carros e pedestres em Cannes, do litoral sul do país, para garantir a proteção dos ministros e chefes de Estado e de governo do G-20, grupo das 20 maiores economias do planeta, além de convidados. Os homens de farda e quepe azul marinho e luvas brancas se espalham por esquinas das pequenas ruas do centro da cidade com acesso a avenida principal, a Croisette. Cavaletes de metal e viaturas demarcam duas áreas de seguranca: uma apenas para pedestres - residentes e profissionais envolvidos com o evento -, e outra que permite também veículos, devidamente inspecionados com equipamentos anti-bomba antes de entrar nas garagens. Os homens da PN, à pé ou em vans e motos, tem a retarguarda dos policiais municipais e distritais, que compartilham ainda a missão de impedir qualquer tipo de protesto.

O resultado do esquema esta evidenciado no movimento calmo nas calçadas e no comércio, com muitas lojas fechadas. O sofisticado balneário da Costa Azul, famoso pelos festivais de cinema e publicidade, exibe esta semana uma população na maioria temporária e 100% identificada por crachás com cores que classificam funções e níveis de acesso, inclusive os próprios moradores. Das tarjetas pretas dos funcionários do governo local, com trânsito livre, as amarelas da imprensa, todos ainda estão sujeitos a revistas e detetores de metais. Com o bloqueio das reservas dos hoteis para os credenciados do G-20, os turistas e manifestantes ficaram longe. Fora da agenda oficial, fica facil encontrar burocratas, segurancas e jornalistas do Brasil e outros países em busca de refeições e produtos de conveniência.

Surpresa
Mas o que nao pareceu nada conveniente foi a surpresa gerada na segunda-feira pela notícia estampada nos jornais europeus da decisão do primeiro - ministro da Grécia, George Papandreou, de convocar referendo popular para validar (ou não) o pacote de salvação aprovado na cúpula da área do euro, no último dia 27. O que parecia ser uma agenda dominada pela divisão entre emergentes e União Europeia, em torno da forma e das condições para o Brics (Brasil, India, China e Africa do Sul) usarem suas reservas no socorro ao euro, ganhou elemento novo. Para participantes e observadores ficou mais clara as frágeis condições políticas do bloco. Depois de meses de tensas negociações, tudo parece correr o risco de voltar a estaca zero. A crise continua e vai exigir esforcos mais vigorosos do Banco central Europeu (BCE) no primeiro momento e do Fundo Monetario Internacional (FMI) no segundo.

Curiosamente, o homem mais poderoso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esta como coadjuvante do evento. Dentre os cinco governantes fora do G-20 e convidados pela presidência francesa, José Luis Zapatero, da Espanha, e considerado obrigatorio, embora integre a UE. Além dele, também vieram os presidentes de Guine Equatorial e dos Emirados Arabes Unidos, e os primeiros ministros da Etiopia e Cingapura.

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