Agência France-Presse
postado em 02/11/2011 17:25
WASHINGTON - O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira que manterá sua política monetária bastante flexível, estabelecida em setembro, indicando que está pronto para realizar mais intervenções para assegurar uma recuperação econômica "mais robusta" nos Estados Unidos.O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) disse que o crescimento econômico do país "se fortaleceu parcialmente", mas disse também que "riscos importantes" ainda persistem e ameaçam a reativação, que seguirá sendo lenta nos próximos trimestres.
"Apesar de uma melhora conjuntural, indicadores recentes apontam para uma persistente debilidade das condições gerais do mercado de trabalho", disse o FOMC.
Segundo o comitê, o crescimento da primeira economia mundial deve continuar a um "ritmo moderado" nos próximos trimestres e o desemprego massivo que afeta o país há dois anos será reduzido "gradativamente".
O FOMC não percebe riscos no que diz respeito à inflação, e reitera que o Fed planeja manter sua taxa básica de juros quase nula, patamar que se encontra desde dezembro de 2008, "até meados de 2013" se for necessário.
Por outro lado, a instituição confirmou as medidas anunciadas em setembro com o objetivo de fazer baixar um pouco mais as taxas de juros de longo prazo, principalmente as hipotecárias, modificando a composição dos portfólios de títulos financeiros do Fed.
As decisões do FOMC foram aprovadas pela quase totalidade de seus membros, com a exceção de um, Charles Evans, presidente da representação regional do banco central em Chicago. Segundo o comunicado do Comitê, Evans preferiria que houvesse uma maior flexibilização da política monetária do Fed.
O banco central afirmou ainda que o consumo das famílias e o investimento das empresas se fortaleceram nos últimos meses. "Contudo, o investimento na construção não residencial continua débil e o setor imobiliário continua deprimido", disse.
A decisão de manter a política monetária sem mudanças irá provavelmente frustrar aqueles que pressionam ao governo para que este adote medidas de redução da taxa de desemprego, atualmente em 9,1%, um problema caracterizado pelo presidente do Fed, Ben Bernanke, como um dos maiores enfrentados pela economia.
O desemprego seguramente terá um papel chave nas possibilidades de reeleição do presidente Barack Obama no próximo ano, mas Bernanke deu a entender nos últimos meses que o Fed possui recursos limitados, o que estende o problema para os políticos, na Casa Branca e no Congresso.
Em suas projeções econômicas, o Fed revisou para baixo nesta quarta-feira sua estimativa de crescimento dos Estados Unidos para os próximos três anos e ampliou suas projeções de desemprego.
De acordo com o comunicado do Fed, a economia americana deve apresentar crescimento modesto - entre 1,6 e 1,7% - este ano, antes de acelerar seu ritmo para algo entre 2,5 e 2,9% no próximo ano, anunciaram as últimas projeções econômicas da instituição.