Enviado Especial
postado em 03/11/2011 17:00
Cannes - O Brasil não se opõe à criação de uma taxa financeira internacional, desde que ela seja resultado de um consenso geral entre os países e que os seus recursos sejam destinados a investimentos sociais, declarou a presidente Dilma Rousseff esta tarde, durante reunião de trabalho dos líderes do G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo. Ela também declarou ser "do conhecimento de todos" o empenho do governo brasileiro para que sejam retomadas as negociações na Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC) e voltadas para a abertura comercial global."Mas é preciso discutir também que essas questões sejam avaliadas dentro do contexto da crise econômica, nas quais se encontram os problemas cambiais e a ampliação da liquidez, com reflexos negativos sobre países como o Brasil", ressaltou Dilma, numa referência clara às manipulações das moedas chinesa e norte-americana, que levaram a valorização excessiva do real. Para ela, a conferência da OMC em dezembro deve ser uma oportunidade para tratar desses temas paralelos a Doha, bem como da segurança alimentar, "incluindo os subsídios agrícolas". Trata-se de uma resposta da presidente à proposta de monitoramento dos mercados de comodities agrícolas, que contrasta com os elevados subsídios europeus.
Dilma disse ainda no encontro, que o Brasil tem uma "experiência exitosa" de combate a crise econômica com inclusão social e geração do emprego. A inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média foi, segundo ela, uma prova disso e da eficiência econômica da estratégia. "É por isso que apoiamos a tese da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de um plano de enfrentamento da crise com bases éticas", acrescentou.