A Petrobras acumulou um lucro líquido de R$ 28,2 bilhões entre janeiro e setembro. O resultado nos nove primeiros meses de 2011 é 15% superior ao de igual período do ano passado, apesar de a estatal ter sofrido um duro impacto de perdas cambiais no terceiro trimestre. Seu lucro líquido no período foi de R$ 6,33 bilhões, uma queda de 26% sobre o verificado entre julho e setembro de 2010. ;O efeito câmbio foi o principal fator de redução do resultado no trimestre passado, uma perda de R$ 6,5 bilhões. Se não fosse isso, teríamos um lucro trimestral acima de R$ 12 bilhões;, disse ontem o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Almir Guilherme Barbassa, durante apresentação dos resultados operacionais da companhia.
O executivo destacou que uma série de interrupções técnicas na produção, a restrição do governo para o repasse de preços internacionais e o aumento dos custos para extração de petróleo, afetados pelas tabelas no exterior, impediram que os números divulgados fossem melhores. A produção cresceu no ano apenas 1%, para 2,59 milhões de barris diários. Além disso, a balança comercial externa da Petrobras ficou negativa este ano, em razão do aumento do consumo doméstico de derivados, puxado pelo setor automotivo. Apesar disso, Barbassa comemorou o fato de as dificuldades recentes terem sido parcialmente compensadas pelo aumento de 4% nas vendas domésticas e por ganhos de preços nas exportações. No ano, a receita total chegou a R$ 180,4 bilhões, ante os R$ 158,7 bilhões em 2010.
Barbassa sublinhou ainda que a variação do câmbio, mesmo sendo expressiva, acabou se aproximando de ;um certo equilíbrio;, considerando-se que a valorização do real foi percebida no primeiro e segundo trimestres e a forte desvalorização, de 18%, apenas no terceiro trimestre. Pelas contas do executivo, as perdas cambiais chegam a R$ 5 bilhões no ano, sendo de R$ 7,9 bilhões no terceiro trimestre, que compensaram os ganhos de R$ 6,5 bilhões no primeiro e de R$ 1,4 bilhão no segundo. Ele lembra que o ganho contábil da estatal antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 16,67 bilhões, um aumento de 3% ante o terceiro trimestre de 2010.
Investimentos
Conforme balanço divulgado ontem, o efeito câmbio se deveu à exposição de compromissos em dólar. Dos R$ 146 bilhões de endividamento, R$ 50 bilhões estavam expostos. ;Apesar de 70% da dívida estar indexada ao câmbio, nem toda ela sofre com as fortes variações. As nossas subsidiárias no exterior não estão afetadas;, acrescentou. Mas o efeito negativo sobre os resultados que mais preocupa foi o aumento dos custos de extração, de R$ 3 por barril, chegando a R$ 22,31.
A Petrobras informou que reduziu seu volume de investimentos de janeiro a setembro para R$ 50,8 bilhões, 10% menos que nos nove primeiros meses do ano passado, graças ao amadurecimento de projetos, sobretudo os da área de gás. Barbassa comemorou o fato de o pré-sal ter entrado oficialmente na operação da empresa no último trimestre. ;Já é uma realidade. Hoje são 136 mil barris por dia e será o principal fator de expansão de nossos negócios;, afirmou. A estatal espera que essas jazidas representem 40% da produção ou 2 milhões de barris em 2020.
Manutenção custou caro
O impacto do aumento de custos da Petrobras para extrair petróleo e gás em alto-mar e das paradas técnicas na produção surpreenderam a diretoria da empresa: pesaram tanto quanto os impostos sobre o caixa. Além das margens financeiras apertadas em razão do câmbio nos últimos meses, e pressionada por importações, a companhia teve ainda que interromper atividades de importantes plataformas nos campos de Marlim e Marlim Leste, na Bacia de Campos, ao longo do terceiro trimestre. Ainda assim, no intervalo iniciou as operações de poços nas plataformas P-25 (Albacora), P-57 (Jubarte) e P-56 (Marlim), na Bacia de Campos.
;Nada melhor do que a concorrência para calibrar preços;, afirmou o diretor comercial da Infraero, Geraldo Neves. A licitação foi realizada mesmo diante da tentativa judicial de estabelecimentos comerciais já instalados nos aeroportos, insatisfeitos com a perda de receita. Neves informou que os valores cobrados pelos produtos nas máquinas de venda serão fiscalizados permanentemente e terão como referência os apresentados por serviços do mesmo tipo próximos aos terminais. No Aeroporto Internacional de Brasília, onde a Infraero licitou seis pontos, o mercado comparável é o dos pontos instalados em hospitais. A primeira sondagem será feita no fim de novembro.
Sanduíches
Os contratos para a exploração dos oito lotes foram disputados por sete empresas e não poderão ser prorrogados. Pela concessão, a Infraero receberá R$ 18,87 milhões no período e não poderá haver publicidade nos aeroportos ; apenas a marca do concessionário nos pontos de venda. As máquinas têm um padrão definido pelo edital e poderão oferecer apenas café, chá, refrigerantes, água e salgadinhos. Bebidas alcoólicas estão fora do cardápio. A estatal ainda avalia incluir sanduíches, desde que tenham embalagem a vácuo, qualidade atestada e enquadramento às normas de vigilância sanitária. (SR)
Reposição diária
O operadores das máquinas precisam manter depósito, reposição diária e garantir assistência técnica 24 horas e preventiva. Além de notas e moedas, a Infraero espera que os equipamentos aceitem também pagamento via cartões. As máquinas serão instaladas nos terminais de Guarulhos, Congonhas e Viracopos, em São Paulo; Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Confins e Pampulha, em Minas Gerais; Fortaleza; Recife; Brasília; Cuiabá; Manaus; Salvador; Porto Alegre; e Curitiba.