postado em 15/11/2011 08:25
Na contramão das economias desenvolvidas, o Japão está aproveitando a crise para sair da recessão. O terremoto que arrasou o país em março virou um dos motores da expansão do Produto Interno Bruto (PIB). No terceiro trimestre, a economia japonesa avançou 1,5% em relação ao período entre abril e junho, atingindo o melhor desempenho entre as principais economias desenvolvidas. O resultado positivo veio após três trimestres de contração e foi induzido pela força das exportações e do consumo, após a restauração das cadeias industriais de fornecimento prejudicadas pelos tremores de terra e pelo tsunami ; caso do segmento automotivo.Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção registrou alta de 6% e já retornou aos níveis registrados antes do desastre. As projeções para o futuro próximo, entretanto, são menos animadoras. O ritmo da atividade deve diminuir novamente daqui em diante, em função da valorização do iene no comércio internacional (que encarece as exportações) e da desaceleração global. A expectativa de economistas consultados pela agência Reuters é de que o crescimento do Japão esfriará para 0,5% no último trimestre do ano. Para alguns, a economia pode até encolher novamente, abatida pelas enchentes na Tailândia ; uma importante base de produção para as companhias manufatureiras japonesas ; e pela desaceleração das nações emergentes.
Com a retomada econômica ameaçada pela incerteza do cenário externo no longo prazo, o vigor do crescimento deve ser sustentado pelos gastos públicos ; via responsável pelo maior esforço de reconstrução do país desde a Segunda Guerra Mundial.
Recursos
Um orçamento suplementar de 12,1 trilhões de ienes (equivalente a US$ 157 bilhões) já está em apreciação no parlamento. O governo espera que ele seja aprovado até o fim de novembro. No longo prazo, a administração do primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, espera que o esforço liderado pelos Estados Unidos para criar um pacto de livre comércio com a região Ásia-Pacífico ajude a estimular o crescimento econômico japonês. Desde 1980, o estouro de uma bolha imobiliária deixou o país praticamente estagnado.