Economia

Zona do Euro vive o pior momento econômico desde a 2ª Guerra Mundial

postado em 15/11/2011 08:31
A insegurança dos agentes do mercado financeiro em relação à crise da dívida na Zona do Euro, mesmo depois da nomeação de novos líderes na Grécia e na Itália, levaram a chanceler alemã, Angela Merkel, a classificar o atual momento na região como o pior desde a Segunda Guerra Mundial. Enfraquecida politicamente dentro do próprio partido ; o União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) ; a chefe de governo aproveitou o congresso da legenda e fez um apelo para que a Alemanha assuma a liderança de um processo para ;salvar; o que ela considerou como o mais ambicioso projeto europeu. A intenção de tomar a frente da reforma do euro ficou clara em uma resolução aprovada durante a convenção, que permite ao governo alemão estabelecer normas capazes de permitir a saída voluntária de países do bloco monetário.

Mais enfático, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, explicou que o governo propõe mudanças no Tratado de Lisboa da União Europeia até o fim de 2012 e acrescentou que prefere ver todos os 27 membros da União Europeia assinando as alterações do tratado, mas admitiu que alguns países que não integram o euro já indicaram que se opõem, como a Grã-Bretanha. ;Nesse caso, pediria que eles não impedissem os 17 (que compõem a Zona do Euro) de prosseguir;, afirmou.

A defesa das reformas na região, feita pelo ministro e por Merkel, são uma resposta às cobranças que a chanceler e sua equipe recebem. Partidários os acusam de terem abandonado ideais conservadores da sigla. ;A Europa vive um dos piores momentos desde a Segunda Guerra Mundial, talvez o pior momento. Cada geração tem seu desafio político e a atual enfrenta um teste histórico com esta crise financeira;, afirmou a chanceler para quase mil militantes do CDU.

Dependência
Em um discurso que ultrapassou as fronteiras alemãs e foi endereçado, indiretamente, a outros líderes europeus, Merkel destacou que o sucesso da Alemanha depende da resistência do projeto político e monetário do euro. ;A Eurozona é muito mais do que uma moeda, é um símbolo de meio século de paz, liberdade e bem-estar social;, comentou. ;Se a Europa vai mal, a Alemanha vai mal. Se o euro fracassar, a Europa vai fracassar;, completou.

A chanceler lembrou que, apesar de manter o posto entre as economias mais fortalecidas da União Europeia (UE), a Alemanha depende do bom funcionamento dos demais mercados, uma vez que são os destinos de sua produção. Atualmente, 60% das exportações alemãs ficam nos 27 países membros da UE. ;Precisamos da Europa para que a Alemanha fique bem. Nove milhões de empregos dependem diretamente dessas exportações;, ressaltou.

Ao exigir reformas na Europa, como já fez aos sócios europeus, Merkel lembrou que as reformulações devem ser traduzidas em mais empenho dos próprios países. ;Fazemos parte de uma política interna europeia. Se a Alemanha está disposta a ajudar os países em dificuldade, também espera que façam seus deveres, saneando as finanças públicas;, concluiu.

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