Agência France-Presse
postado em 15/11/2011 22:11
Roma - O primeiro-ministro designado Mario Monti está "tranquilo" e "convencido" de que a Itália será capaz de superar esta etapa difícil, revelou o próprio dirigente na noite desta terça-feira (15/11), ao final de conversações com as forças políticas.Monti confirmou que na manhã desta quarta-feira irá à Presidência para aceitar oficialmente o cargo de chefe de governo, substituindo Silvio Berlusconi, e que apresentará ao presidente Giorgio Napolitano seu programa de governo.
"Todos têm plena consciência da atual situação de emergência e fé na firmeza das instituições e da sociedade civil" italianas.
Monti destacou que viu em seus interlocutores "o sentido de responsabilidade e a vontade de contribuir com respostas eficazes", aceitando a ideia de "possíveis sacrifícios visando um resultado positivo em seu conjunto".
O ex-comissário europeu será recebido pelo presidente Giorgio Napolitano às 10H00 GMT (08H00 Brasília) desta quarta-feira, e estima-se que apresentará uma lista de ministros.
Tanto o Partido Democrata (PD), principal movimento da esquerda italiana, como o Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi, confirmaram seu apoio incondicional ao governo.
A partir da próxima quinta-feira, o novo governo já poderá se apresentar ao Parlamento para um voto de confiança.
O novo premier já advertiu que os italianos deverão fazer "sacrifícios" para superar a crise, e o governo de Monti terá desafios muito difíceis, como a questão das aposentadorias pelo tempo de serviço (após 40 anos) e a estabilidade no emprego.
Sobre a adoção de novas medidas de rigor fiscal, após a adoção de dois planos de austeridade desde julho, envolvendo 60 bilhões de euros, Monti disse que "ainda é prematuro para responder".
Mas o jornal La Repubblica informa que o novo governo trabalha com uma redução de gastos suplementar no valor de 29 bilhões de euros para 2012 e 2013, visando respeitar os compromissos com a União Europeia.
A trégua que os mercados concederam à Itália após a designação de Monti foi breve. Nesta terça-feira, a Bolsa de Milão caiu 1,08% e a dívida italiana a 10 anos voltou a superar o perigoso patamar de 7%.
De fato, a Itália segue preocupando os mercados devido à colossal dívida de 1,9 trilhão de euros, equivalente a 120% do PIB.