postado em 22/11/2011 08:33
A crise na Europa começa a afetar os canais de financiamento e o setor produtivo nacional pôs o pé no freio na demanda por crédito. De acordo com uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de recursos emprestados às companhias cresceu apenas 0,65% em outubro, num dos piores desempenhos do ano. Os números da gestora de risco Serasa Experian são ainda piores que os dos banqueiros e confirmam o momento ruim: no mês passado, o tombo na busca de recursos foi de 4,2%.O segmento mais afetado foi o de micro e pequenas empresas, que, depois de cair 7,1% em setembro, recuou 4,5% em outubro. O restante está em situação mais favorável: as empresas de porte médio ainda tiveram evoliução positiva de 0,8% e as grandes, de1,6%. Para Luiz Rabi, gerente de Indicadores de Mercado da Serasa, o cenário se aproxima do de 2008, quando o Banco Lehman Brothers quebrou, o mercado entrou em colapso e as firmas maiores tiveram suas linhas de crédito internacionais interrompidas.
Prioridade
;As grandes e médias têm dificuldade de captar lá fora e se voltaram para o mercado doméstico;, explicou. ;Os bancos estão dando prioridade para elas no lugar das micro e pequenas, que são avaliadas como de maior risco.; Na avaliação da Febraban, ainda há dúvida se a desaceleração foi pontual ou se reflete uma situação econômica menos favorável e critérios mais rígidos dos bancos nas concessões.
Enquanto as empresas reduziram a tomada de empréstimos, as famílias aceleraram. O crédito para consumo avançou 1,54%. Com isso, o saldo das operações foi a R$ 1,96 trilhão, ou 48,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país).