postado em 23/11/2011 09:07
Washington ; O Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) quer ser mais transparente em seus comunicados oficiais e no anúncio da estratégia para estimular o crescimento econômico e combater os efeitos locais da crise global. A maioria dos integrantes da diretoria executiva do órgão apoiou a ideia de fornecer mais detalhes ao público sobre o provável rumo da política monetária e das taxas de juros, mas rejeitou a ideia de vincular suas ações a metas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas no país) ou de preços. Os resultados do debate interno foram mostrados pela ata da última reunião, divulgada na terça-feira (22/11).
Alguns integrantes da diretoria acreditam que a previsão de crescimento modesto para a economia pode garantir a adoção de novas medidas de afrouxamento monetário, com a injeção de mais dinheiro na economia. No encontro da semana passada, o Fed reduziu drasticamente sua previsão de crescimento econômico neste ano, que era de até 2,9%, para um máximo de 1,7%. A projeção do ano que vem passou de um intervalo de 3,3% a 3,7% para 2,5% a 2,9%. Além disso, o órgão elevou suas estimativas de desemprego e afirmou considerar a possibilidade de comprar mais dívidas hipotecárias para alimentar a recuperação.
O chefe do escritório de Chicago, Charles Evans, pediu medidas mais agressivas para estimular a economia imediatamente e divergiu da decisão de não injetar dinheiro imediatamente, que foi aprovada por 9 votos a 1. O presidente do Fed, Ben Bernanke, descreveu o ritmo do crescimento como ;lento e frustrante;, acrescentando que a crise da dívida na Europa representa grandes riscos. A ata mostra que os diretores passaram muito tempo refinando a forma como comunicam suas políticas ao público.
Formuladores de políticas têm buscado maneiras de reconfortar os mercados financeiros, afirmando que o Fed manterá sua política de afrouxamento monetário até que a recuperação esteja firmemente estabelecida. Manter as expectativas sobre quando a política monetária será endurecida pode manter baixos os custos do crédito. ;A maioria dos integrantes concorda que pode ser benéfico formular e publicar um comunicado que elucidaria a abordagem da política do comitê;, informou o Fed.
Expansão menor
O governo dos Estados Unidos revisou para baixo a taxa de crescimento da economia no terceiro trimestre, que foi reduzida de 2,5% para 2%. Mas a persistência dos gastos dos consumidores e a primeira queda dos estoques empresariais desde o quarto trimestre de 2009 abrem espaço para um desempenho melhor no fim do ano. Os dados disponíveis até o momento sugerem que a expansão entre outubro e dezembro pode ser superior a 3%, o que confirmaria o maior ritmo em 18 meses. Ontem, as agências de classificação de risco Standard & Poor;s e Moody;s informaram que não haverá rebaixamento imediato das notas dos EUA, apesar do fiasco das negociações do comitê do Congresso para chegar a um acordo sobre os cortes na dívida pública. Mas a Fitch afirmou que pode pôr em perspectiva negativa o AAA conferido ao país.