Economia

Linha de financiamento deve aumentar segurança na exploração do pré-sal

postado em 25/11/2011 20:43
Rio de Janeiro ; O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, anunciou hoje (25) a criação de uma linha de financiamento específica para projetos e equipamentos que garantam maior segurança na produção de petróleo do país, principalmente em alto-mar. A iniciativa envolve a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

;A exploração de petróleo no mar tem exigências rigorosas. Nós estamos trabalhando na Finep e devemos apresentar, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma linha de financiamento especial para investimentos em tecnologias que aumentem a segurança da exploração no pré-sal;, disse Mercadante, durante o seminário Pensando o Desenvolvimento Brasileiro, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, na Fundação Getulio Vargas (FGV).

Mercadante estimou que a linha de financiamento deverá estar disponível em 2012 e recursos de mais de R$ 1 bilhão. ;Não adianta colocar pouco recurso. A maior cadeia de investimento no Brasil hoje é a de gás e petróleo, e os recursos são muito pesados.;

Durante palestra a alunos e professores da FGV, Mercadante abordou assuntos ligados à economia e à produção industrial. Defendeu que as montadoras de automóveis desenvolvam conteúdo nacional ou paguem taxas maiores de importação. Atualmente, o governo exige que os carros tenham pelo menos 65% de conteúdo local.

;Nós avisamos a indústria automotiva de que vamos aumentar as exigências, quando vencer o prazo dessas medidas, a partir de 2013. Queremos mais pesquisa e desenvolvimento e mais engenharia no Brasil.; Segundo ele, o número de engenheiros trabalhando em todas as montadoras brasileiras hoje é menor do que a quantidade de engenheiros que atuam na Embraer.

O ministro comentou ainda o processo de instalação da chinesa Foxcomm, maior fabricante de equipamentos eletrônicos do mundo, que deverá iniciar produção de componentes no Brasil, em local ainda não definido. ;O maior desafio são os parceiros privados nacionais. Um investimento desse porte é muito maior do que o de uma montadora automotiva. Se não tiver parceiro privado, não tem transferência de tecnologia. Os sócios privados têm que se acertar, para definirmos qual é a nossa participação;. Entre os empresários que devem fazer parte da sociedade, segundo o ministro, está Eike Batista, dono do grupo EBX.

Mercadante explicou que a negociação com a Foxcomm é complexa pela dimensão do projeto, que só de área construída ocupará 1,5 quilômetro quadrado e consumirá 4 gigawatts (GW) de energia - o equivalente ao consumo de uma cidade de médio porte. ;São várias fábricas. Só a primeira é um investimento de US$ 4 bilhões. A segunda é de valor semelhante. Depois têm vários outros segmentos associados a esse investimento, que são as partes de LED [Diodo Emissor de Luz], ótica, células fotovoltáicas.; Seis estados disputam a fábrica: Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

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