Economia

OCDE projeta desemprego espanhol a 23% em 2012

Agência France-Presse
postado em 28/11/2011 19:09
PARIS - O desemprego continuará subindo na Espanha em 2012, devendo chegar ao patamar de 23% da população ativa, o mais alto dos países industrializados, anunciou nesta segunda-feira a OCDE em seu relatório semestral sobre perspectivas econômicas, que prevê contração do crescimento no último trimestre deste ano.

A atividade econômica ruim tem gerado desemprego de 21,5% da população economicamente ativa - 46% no caso dos jovens - este ano, e aumentará para 23% em 2012, antes de cair ligeiramente no ano seguinte, a 22,7%.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta uma "contração" do crescimento econômico no último trimestre de 2011, depois do estancamento apresentado nos três meses anteriores, por conta da desaceleração do comércio mundial e do impacto da crise da dívida na Eurozona na confiança e nas condições de financiamento do país.

O alto nível de endividamento do setor privado e a exposição do setor bancário à bolha imobiliária continuará tendo um impacto importante na atividade econômica, disse a organização, que reúne os países mais industrializados.

O alto custo pago pelo Tesouro espanhol para captar dívida está contaminando o setor privado, o que ajuda a prolongar a crise do setor imobiliário, alerta a OCDE.

Contudo, o organismo "supõe que serão alcançados" os compromissos adotados pelo governo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero para reduzir o déficit orçamentário, apesar das dívidas que surgem a partir desses dados de crescimento.

O governo espanhol se comprometeu a reduzir o déficit fiscal de 9,3% do PIB de 2010 para 6% em 2011. As previsões para 2012 e 2013 são de 4,4% e 3%, respectivamente.

Nestas circunstâncias, o único dado positivo é a queda da inflação que se situará no próximo ano a 1,3%, frente aos 3,2% atuais e aos 0,6% em 2013.

Apesar dos riscos de recessão, a OCDE pede que se mantenham as metas de déficit fiscal para "estabilizar a relação" da dívida pública com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e melhorar a confiança dos mercados financeiros.

Isso pode exigir medidas adicionais, como a alta do IVA ou dos impostos aos combustíveis ou a reintrodução dos impostos as heranças, sugere a organização.

A organização também defende que se incentive a criação do emprego, permitindo maior flexibilidade salarial, um maior reforço da competitividade e a redução do fracasso escolar.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação