postado em 30/11/2011 20:32
Apesar do Banco Central ter reduzido a taxa Selic em 0,50 ponto percentual para 11% ao ano, entidades acreditam que a queda poderia ter sido ainda maior. Logo após o anúncio do BC, a Fiesp, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Abimaq divulgaram nota manifestando o descontentamento com a medida.;A situação é grave e não há pressão inflacionária, e concordamos que o Copom deveria ter feito um corte mais agressivo na taxa de juros, para afastar de vez o risco de redução da produção e do emprego;, diz o comunicado. ;A produção manufatureira do país apresentou queda de 2% na passagem de agosto para setembro. Encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,8% ante o segundo, a maior queda desde o primeiro trimestre de 2009, quando apontou redução de 6,6%;, acrescentam. As entidades lembram que, desde o início do ano, vêm cobrando a redução dos juros e alertando para o arrefecimento da atividade econômica no país.
Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), faltou ousadia ao Comitê de Política Monetária (Copom). ;O Copom acertou no remédio, mas continua errando na dosagem. É preciso ter ousadia e acelerar o ritmo de queda da Selic. O Brasil é ainda campeão mundial dos juros altos, o que emperra a geração de empregos, o incremento da produção e o desenvolvimento econômico;, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. ;O corte de 0.5% na Selic traz uma economia de cerca de R$ 8,5 bilhões na dívida pública, o que é positivo, mas o ganho podia ter sido maior;, alerta o dirigente sindical.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão de reduzir mais uma vez a taxa Selic é correta e evidencia a preocupação do Copom com a retração já em curso da atividade econômica no país. ;Não há mais dúvida de que a economia brasileira já sofre os efeitos de uma nova fase da crise internacional. A prioridade, agora, deve ser mitigar seus impactos no Brasil;, assinalou a entidade.
Segundo a CNI, ao antecipar-se à nova fase da crise, o Copom adotou postura diferente da crise de 2008, quando foi tímido. Na opinião da entidade, a continuidade da política de redução de juros é fundamental para amenizar a desaceleração da produção industrial, setor mais afetado pela crise. ;Tal processo não traz riscos imediatos à inflação, uma vez que os dados recentes mostram desaceleração da taxa inflacionária, principalmente em função dos preços dos alimentos;, diz a nota da entidade. Segundo prevê a CNI, esse cenário deve manter o IPCA próximo ao limite superior da meta do ano.