postado em 02/12/2011 08:31
Londres e Cingapura ; A atividade manufatureira está se contraindo na Europa e na maior parte da Ásia. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China mostrou que a atividade fabril do país encolheu em novembro pela primeira vez em quase três anos, ao mesmo tempo que um indicador similar mostrou que o crescimento fabril da Índia desacelerou para perto de zero. O vice-ministro de Finanças chinês, Zhu Guangyao, declarou que a economia mundial enfrenta uma situação pior que a de 2008, quando o banco norte-americano Lehman Brothers foi à falência.
;A atual crise da dívida, em alguma medida, é mais séria e desafiadora do que a crise financeira internacional que se seguiu à queda do Lehman Brothers;, disse Zhu. ;É profundamente importante para os países ao redor do mundo trabalharem juntos no espírito de cooperação no mesmo barco;, acrescentou. O índice PMI da Federação Chinesa de Logística e Compras caiu a 49 em novembro, 1,4 ponto abaixo de outubro. Uma cifra inferior a 50 implica em contração da atividade.
A leitura final do PMI manufatureiro da Zona do Euro também foi ruim: ficou em 46,4, seu nível mais fraco em dois anos, com a atividade fabril nas duas maiores economias, Alemanha e França, enfraquecendo-se. O indicador que mede a velocidade das fábricas do Reino Unido também caiu para seu menor nível (47,6) desde junho de 2009, evidência adicional de que a economia britânica trafega em território perigoso. ;O motor industrial saiu de funcionamento;, observou o economista sênior da Markit Rob Dobson, que faz a compilação das pesquisas.
Contágio
Esse tem sido o cenário de boa parte do mundo desenvolvido há vários meses, com exceção da safra de notícias melhores dos Estados Unidos. Mas a desaceleração, agora, parece estar se espalhando para as locomotivas econômicas do mundo em desenvolvimento.
China e Brasil afrouxaram a política monetária na quarta-feira. Isso veio com a ação coordenada dos maiores bancos centrais do mundo para tentar impedir outra crise de crédito, por meio da redução do custo das linhas de liquidez de swap (troca) em dólar. ;É o desmonte de uma bolha de dívida de 20 anos;, disse o economista financeiro global do Commerzbank Peter Dixon. ;Será assustador e desagradável. O que os formuladores de políticas estão visando é uma suavização do ritmo.;
Depois da falência do Lehman, os países do G-20 prometeram trilhões de dólares para impulsionar o crescimento e salvaguardar as instituições financeiras, e os bancos centrais cortaram as taxas de juros para mínimas recordes. Mas elas ainda estão próximas de zero nos Estados Unidos, no Japão e na Grã-Bretanha, e as finanças públicas se deterioram ao redor do mundo, deixando menos espaço para conter um vendaval europeu. Mercados emergentes de crescimento rápido, como China, Brasil e Índia, lideraram a recuperação em 2009, e seguem crescendo mais rapidamente que a maioria das economias desenvolvidas. Mas eles não estão imunes à demanda fraca da Europa e dos Estados Unidos.