Economia

Pechincha continua sendo a melhor arma para economizar nas compras de Natal

Vera Batista
postado em 04/12/2011 08:00
O ato de pedir descontos, ou pechinchar, deixou de ser tabu ou coisa apenas usada por cidadãos de baixa renda. Até os mais abastados negociam preços melhores e pedem bônus nas lojas mais sofisticadas. ;Quanto mais ricos, mais eles exigem benefícios;, afirma Alex Monteiro, diretor da loja da Fnac, no Park Shopping. Essa, também, é a ordem do governo. ;O consumidor tem que pesquisar, pechinchar;, pediu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar que o governo vai abrir mão de aproximadamente R$ 2,6 bilhões ; só as desonerações tributárias ;, em troca de um crescimento econômico de 4,5% a 5% em 2012. Pechinchar, porém, exige estratégia. As maiores chances de bons negócios acorrem até meados de dezembro.

[SAIBAMAIS];No começo do mês, até a primeira quinzena de dezembro, os descontos são mais acentuados e constantes. Podem ultrapassar os 10% no preço se a compra for com o cartão da loja ou à vista;, explica Monteiro. Dono de uma aposentadoria líquida mensal de R$ 15 mil, o economista Lício Granjeiro, 70 anos, negociava duas TVs de 50 e de 32 polegadas, para sua nova casa do Lago Sul. Uma custava mais de R$ 5 mil e a outra, cerca de R$ 2 mil. ;Aproveitei o 13; salário e o rendimento de algumas aplicações financeiras. Acabei comprando em 10 vezes, no cartão da loja, com desconto de mais ou menos 20%;, orgulha-se. Do outro lado da Cidade, no Conjunto Nacional, a trabalhadora autônoma Lúcia Lima, 53, tinha a mesma atitude em um estabelecimento popular. ;Não dou mole. Meu fogão de cinco bocas saiu com 15% de desconto, em 10 vezes, no cartão de crédito;, conta.

Antonio Alves Rodrigues em loja do Taguatinga Shopping

Prêmios
Antônio Alves Rodrigues, 43 anos, auxiliar de biblioteca e com renda média de R$ 1 mil por mês, foi às lojas para comparar os preços com os das ofertas on-line. ;Olhei tudo sobre tecnologia e os sites na internet estão pelo menos 30% mais baratos;, relata. Já o desenhista Isaías Vasconcelos, 55, com renda familiar de R$ 5 mil, fez a festa. Comprou roupas para ele, a mulher e os dois filhos: ;Tudo em oito vezes no cartão para eu poder usar o dinheiro do 13; salário em uma viagem;. Ele não recebeu desconto, mas ganhou o dobro de cupons para concorrer a um caminhão de prêmios.

O sucesso do pacote de incentivo do governo começa a surtir efeito, mas já está sendo considerado insuficiente. ;Foi mais na parte de eletrodomésticos. Podia se estender a outros produtos;, reclama Monteiro. Na Fnac, os artigos de luxo mais procurados são TVs com acesso à internet, tablets e celulares 3G, para uma clientela com ganho médio familiar mensal de aproximadamente R$ 15 mil.

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