Economia

Crises climática e do euro fazem repensar crescimento, diz especialista

Agência France-Presse
postado em 09/12/2011 16:43
Durban - O economista britânico Nicholas Stern, autor de um estudo histórico sobre as mudanças climáticas, afirmou nesta sexta-feira (9/12) que a crise do euro e o combate às emissões de gases estufa exigem que se repense o conceito de crescimento. Em entrevista, à margem das negociações climáticas da ONU, Stern disse que a recuperação da economia europeia e da busca de soluções para o problema das emissões de carbono são questões entrelaçadas.

Segundo Stern, o momento é oportuno para orientar a Europa rumo a um crescimento que seja saudável e sustentável. "Temos que trabalhar em ambos (os problemas econômico e climático) ao mesmo tempo. É fraqueza intelectual ser capaz de pensar apenas em uma coisa por vez, particularmente quando as coisas estão interligadas através desta história de crescimento", afirmou. "Mas este será apenas o primeiro passo se formos sensíveis o suficiente para fazê-lo. Precisamos manter o crescimento na Europa. E eu penso que investimentos e inovação em baixo carbono são as melhores fontes possíveis de crescimento na Europa", destacou.

Em 2006, Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial (Bird), publicou um dos estudos mais influentes da história das mudanças climáticas. Concentrado especialmente nos danos econômicos provocados por secas, cheias, desertificação, elevação do nível do mar e tempestades, o relatório dizia que as mudanças climáticas poderiam custar ao mundo pelo menos 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. Mas, em contrapartida, reduzir as emissões poderia se limitar a 1% do PIB global.

Stern fez um alerta contra o retorno "a um perigoso padrão climático e ambiental do passado". Outras vozes também apelaram aos líderes para aproveitar a crise do euro e vê-la como oportunidade para remodelar a economia da Europa. Em declarações à AFP, o ex-primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse saudar os esforços da cúpula da União Europeia, em Bruxelas, para reforçar a vigilância orçamentária sobre os governos da Eurozona. "Mas o monitoramento e a disciplina fiscal sozinha não resolverão nosso problema na Europa; nós precisamos também de uma estratégia de crescimento", afirmou Papandreou, presente à cúpula de Durban para promover investimentos em iniciativas de baixo carbono.

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