postado em 10/12/2011 08:06
O país vai ganhar na próxima quinta-feira a versão brasileira de uma das maiores lojas on-line de aplicativos, músicas e vídeos do mundo, a iTunes Store, da Apple. Esse tipo de serviço está causando um verdadeiro rebuliço na indústria de entretenimento, principalmente a fonográfica. Não é por menos. Segundo o último relatório da consultoria Gartner, a comercialização de músicas em formato digital no mundo vai chegar a US$ 6,3 bilhões neste ano e pode alcançar US$ 7,7 bilhões em 2015. Enquanto isso, os tradicionais CDs cada vez mais perdem terreno. A companhia de análise da dados Strategy Analytics aponta que, nos Estados Unidos, as vendas digitais vão ultrapassar as realizadas por meios físicos em 2012.A chegada da iTunes Store deve contribuir para a substituição dos CDs, que também ocorre no Brasil. De acordo com a Federação da Internacional da Indústria Fonográfica, há 25 sites que vendem músicas no país. Os preços variam de R$ 0,99 por faixa a R$ 30 para álbuns completos. O estudante Igor Xavier, 28 anos, aprova a chegada da loja da Apple ao Brasil. ;Além de fazer uma compra legal, sei que terei uma faixa com boa qualidade de áudio. Quando se faz download de sites gratuitos, pode-se deparar com versões de demonstração ou em processo de finalização e ainda há o risco de se baixar um vírus;, afirma. Atualmente, ele usa uma conta americana e paga em dólar para usufruir dos serviços do iTunes.
No caso da loja brasileira, a promessa da Apple é que as canções mais baratas sejam comercializadas por R$ 1,99. Os varejistas já estariam recebendo os iTunes Gift Cards, cartões-presentes, como os que existem nos Estados Unidos, com créditos de R$ 10, R$ 20 e R$ 40 para comprar tanto músicas como vídeos e aplicativos para os aparelhos da empresa. ;Espero que a Apple deixe disponível na iTunes Store brasileira todo o material da loja americana e acrescente conteúdo nacional;, ressalta Xavier.
Restrições
;O objetivo da venda de músicas on-line é incentivar o mercado fonográfico e os artistas. Há um esforço para levar tudo isso na direção de uma solução que seja boa para o usuário final e as gravadoras. A chegada de mais empresas ao mercado demonstra que a aposta nesse setor está certa;, diz Alexandre Cardoso, diretor de Marketing para América Latina e Estados Unidos do portal Terra, que conta com serviço Sonora, o pioneiro na comercialização de canções no Brasil.
Para Cardoso, todo novo modelo pode ser alvo de críticas .;Isso ocorreu quando o serviço ainda não gerava receita significativa para as gravadoras. Hoje, os álbuns são lançados antes no nosso canal on-line do que em mídia física;, aponta. No entanto, nem todo mundo está feliz com a nova aventura da Apple em terras brasileiras. Para o O DJ Biondo, 35 anos, o problema é que as músicas compradas do iTunes só podem ser tocadas nos dispositivos da empresa. ;O serviço não permite a gravação em CD. Se eu posso reproduzir as faixas do meu iPod, porque não copiá-las em uma outra mídia? O aparelho de som do meu carro não tem entrada USB nem para MP3. Por causa disso, não posso ouvir o que eu comprei?;, questiona. O DJ diz que a novidade não vai mudar a forma como ele adquire músicas on-line. ;Até porque compro de outros sites internacionais, inclusive um canadense que é melhor e mais barato;, afirma.
Também na TV
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) homologou a Apple TV. O dispositivo transforma aparelhos de televisão em centrais multimídias, levando para a telinha todo o conteúdo da iTunes Store, com opções de compra de músicas e filmes. O Apple TV deve ser inaugurado após o anúncio da chegada da loja on-line da Apple ao Brasil.