Economia

Preços de produtos natalinos subiram, em média, menos que a inflação

Vera Batista
postado em 10/12/2011 10:10
Bacalhau foi uma das exceções, pois ficou 10,34% mais caro
Os consumidores que forem às compras neste Natal e tiverem disposição para fazer uma boa pesquisa de preços no comércio, garantirão uma boa economia no orçamento. Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que produtos característicos de fim de ano ; sem contar os importados ; estão mais baratos do que em dezembro de 2010. O grupo alimentação ficou, na média, 4,65% mais caro e o de presentes em geral, 5,50%, reajustes menores do que a inflação de 6,29% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) entre dezembro do ano passado e novembro de 2011.

A pesquisa da FGV não leva em conta o pacote de estímulo à economia, divulgado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em 1; de dezembro. O governo deu incentivos ao crédito e cortou impostos incidentes sobre várias mercadorias, sobretudo eletrodomésticos, que passaram a ser vendidos com desconto de até 20%.O IPI dos fogões baixou de 4% para zero. O das geladeiras, de 15% para 5%. Já o tributo sobre as lavadoras de roupa recuou de 20% para 10% e o das lavadoras tanquinho, de 20% para zero. Tudo isso deve se ser levado em conta na hora de se fechar um negócio.

Para a ceia de Natal, nos cálculos da FGV, o consumidor encontrará valores mais acessíveis no azeite de oliva e no vinho, que baixaram, respectivamente, 9,08% e 1,17%, em média. Mas quem gosta de uma cervejinha gelada terá que tirar mais dinheiro do bolso. O produto, com alta de 14,16%, foi um dos vilões da carestia, com o bacalhau, que subiu 10,34%, e o refrigerante (alta de 10,82%). As bebidas destiladas subiram 4,27% e o pernil suíno teve o preço majorado em 6,91%. Em compensação, o estudo do economista André Braz, da FGV, mostra que os presentes que enchem de alegria os brasileiros estão com preços convidativos.

O valor de mercado do telefone celular baixou 10,12% e o do videogame, 9,66%. Os preços dos televisores recuaram 6,64%. Máquinas de lavar roupa e fogões também tiveram o valor reduzido em 3,37% e 1,03%. Mas a compra de novo vestuário para as comemorações da chegada de 2012 talvez deva ser adiada. Pais e filhos terão que se contentar com as peças que estão no armário. Quem quiser ir à compras, no entanto, encontrará roupas infantis 12,31% mais salgadas. As masculinas subiram 8,64% e as femininas, 7,71%.

Gasolina é mais vantajosa

Está mais vantajoso para os consumidores abastecer o carro com gasolina do que com álcool nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo informações divulgadas ontem para Agência Nacional de Petróleo. Historicamente, o álcool só torna um bom negócio quando o seu preço corresponde a menos de 70% do valor do derivado do petróleo nas bombas dos postos. Em Goiás, único estado onde o uso do etanol ou da gasolina ainda era indiferente, a relação saltou de 70,01% para 70,14%. Os consumidores goianos pagaram R$ 2 pelo litro do álcool e R$ 2,853 pelo da gasolina, em média, nesta semana. Em São Paulo, que concentra quase 60% do consumo de etanol, a proporção está em 72,5%, com o preço médio de R$ 1,925 para o combustível de cana-de-açúcar e de R$ 2,665 para o de petróleo. A gasolina segue mais vantajosa em Roraima, onde a paridade com o álcool chegou a 88,95%.

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