postado em 11/12/2011 08:00
Apesar de a crise econômica despertar uma boa dose de cautela nos consumidores, os representantes do varejo estão confiantes que o movimento nas lojas e nos shopping centers, neste Natal, está assegurado. As famílias brasileiras devem desembolsar cerca de R$ 215 bilhões somente em dezembro para custear suas despesas, garantindo um fôlego adicional à economia no encerramento do ano. Mais da metade, R$ 122,4 bilhões, será destinada diretamente para preparar as festas e as listas de presentes, valor 5,8% maior do que o gasto em 2010.A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio SP) estima que cada família vai desembolsar, em média, R$ 700 no período. Apenas o pagamento do 13; salário será responsável pela injeção de R$ 83 bilhões no comércio. O cálculo de gastos da população, feito com base nos números do Produto Interno Bruto (PIB) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), reforça a análise do Banco Central de que o consumo no país está em nível elevado.
Um levantamento da consultoria Western Union aponta que os consumidores tendem a repetir em 2011 o comportamento do ano passado, quando 63% informaram ter desembolsado mais do que o orçamento planejado para o período. Apenas 16% declararam ter feito compras em valor menor que a previsão.
É bom ficar de olho nas famosas ofertas de compras parceladas ;sem pagamento de juros;. Na tabela abaixo, é possível calcular a taxa mensal embutida, na comparação com o preço à vista com desconto.
Vendas estimuladas
Com o incremento do fim de ano, o faturamento do comércio varejista deve alcançar R$ 1 trilhão em 2011, um crescimento de 7% comparado a 2010. Resultado considerado bom, mas abaixo dos 10% de expansão obtidos entre 2009 e o ano passado. A redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e as demais medidas de estímulo anunciadas pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central devem dar algum impulso para as vendas de Natal, porém, pequeno. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o
ganho será de 0,2 ponto percentual no conjunto do setor. As vendas de produtos de linha branca, porém, devem dar um salto com a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Após a desoneração, a confederação revisou a previsão de expansão para o segmento de 10,7% para 12,8% no ano.
;A melhora é expressiva, mas o peso da linha branca no comércio como um todo é pequeno, por isso, a influência no faturamento global não será tão grande;, explica Bruno Fernandes, economista da CNC. Para ele, o efeito maior das políticas de estímulo fiscal e de crédito será observado no primeiro trimestre de 2012, quando o impacto dos cortes na taxa básica de juros (Selic) será percebido com mais força.
Para o diretor executivo da Fecomercio SP, Antonio Carlos Borges, o Brasil ainda não sentiu plenamente os impactos da crise internacional. Em sua avaliação, o que tem determinado a expansão do país, até agora, é o desempenho do mercado doméstico. ;Estamos sentindo que vamos ter um Natal melhor do que o do ano passado e vamos fechar 2011 com uma performance positiva no varejo, mesmo em um quadro de crise internacional;, avalia com otimismo. (VM e ACD)