Jornal Correio Braziliense

Economia

Infraero vai fiscalizar aeroportos para garantir um melhor atendimento


Apesar de todas as medidas anunciadas recentemente pelo governo para evitar o caos nos aeroportos no fim do ano, as autoridades do setor acham impossível impedir que passageiros sofram com longas filas nos guichês das companhias aéreas. Para evitar o pior, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai intervir no serviço das empresas, incluindo acompanhamento presencial por seus funcionários. Parte dos 321 terceirizados contratados para atuar nas áreas de segurança e manutenção, entre outras, vai avaliar o atendimento prestado e ainda ouvir queixas de clientes.

;As medidas em nada diminuem a responsabilidade das companhias áreas. Mas servem de esforço para evitar que pequenos contratempos se tornem grandes transtornos;, disse ao Correio Gustavo do Vale, presidente da estatal. O despacho de bagagens é um dos casos que podem ganhar com a ação ostensiva da Infraero, citou o dirigente. Ele lembrou que, nesse caso específico, a Infraero já deu ao consumidor um instrumento para a fiscalização, ao informar nos painéis das esteiras o horário de pouso dos voos. ;Com isso, sabe-se o tempo gasto na devolução;, observou.

A estatal ajustará suas escalas de serviço para reforçar equipes nos turnos de maior movimento, além de garantir cobertura 24 horas. Cerca de 200 empregados estarão nos principais aeroportos, auxiliando os passageiros que vão embarcar neste fim de ano. Segundo Vale, os órgãos envolvidos na operação aeroportuária ;já conseguem conversar; entre si, graças aos centros de gerenciamento aeroportuário (CGA), onde uns fiscalizam os outros. A título de reforço, foi instalada também, neste ano, a Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero).

Leilões
Gustavo do Vale reconhece que o passo mais importante para combater as filas nos guichês de check-in só virá quando as companhias aéreas estiverem prontas para compartilhar os espaços de atendimento nos aeroportos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regulamentou, em novembro, a possibilidade de uma empresa usar o balcão de outra desde que esteja livre. A decisão só entrará em vigor no fim de janeiro. A maior dificuldade está na criação de uma plataforma comum, em que todos os sistemas funcionem. ;A integração dos sistemas é fundamental;, frisou o dirigente da Infraero.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff autorizou a publicação do edital de concessão dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. Nos próximos dias, técnicos da Anac darão a redação final, com eventuais ajustes jurídicos. Dilma tomou a decisão após se reunir com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt.

Com a publicação do edital, os leilões deverão ser realizados logo após o cumprimento do prazo legal de 45 dias. A expectativa é de que ocorram em 22 de fevereiro. O TCU ainda terá cinco dias para conferir o documento publicado, sem prejuízo do prazo, para pedir eventual retificação. Vale informa que houve muitas sondagens de interessados estrangeiros, mas ressaltou que o aumento do lance mínimo, pedido pelo TCU, ;acabou com o ágio;.