Economia

Bolsas despencam com a falta de medidas imediatas e dólar sobe 2,14%

postado em 13/12/2011 08:55

Paris ; Duraram pouco os efeitos positivos do entendimento alcançado na reunião de cúpula europeia da semana passada. Temerosos das consequências do isolamento da Grã-Bretanha, único membro da União Europeia a não assinar o acordo sobre disciplina fiscal na região, os principais mercados globais reagiram ontem de forma negativa à falta de medidas imediatas contra a crise e a novas ameaças de agências de classificação de risco de rebaixar a nota das dívidas dos países do continente. A onda de pessimismo contaminou os negócios no Brasil, onde a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve queda de 1,53% e o dólar disparou 2,14%, fechando a R$ 1,8445.

Na Europa, as bolsas tiveram as maiores desvalorizações em três semanas, com a de Milão liderando as perdas, ao recuar 3,79%. Houve quedas significativas também em Frankfurt (3,36%), Madri (3,11%), Paris (2,61%) e Londres (1,83%), todas arrastadas pelas fortes baixas das ações de bancos. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,34%, refletindo a percepção dos investidores de que, na falta de medidas mais imediatas, somente as declarações de intenção dos chefes de Estado não serão suficientes para afastar a crise que assola a Zona do Euro.

Na sexta-feira, os líderes europeus concordaram em firmar um pacto de equilíbrio fiscal e a adotar sanções aos países que não respeitarem limites máximos de deficit e endividamento ; decisões que serão implemetadas apenas a médio prazo. ;As providências anunciadas foram muito boas, mas o mercado estava procurando uma bala mágica e isso não aconteceu;, disse em Londres o administrador de fundos da Invesco Perpetual, Erik Esselink. ;É muito perto do fim do ano e uma grande parte da comunidade de investimentos não está disposta a assumir novos riscos.;

Boa parte do clima negativo consolidou-se depois que a agência Moody;s considerou que a reunião de cúpula europeia se destacou pela falta de medidas destinadas a estabilizar os mercados a curto praazo e informou que reexaminará nos próximos três meses a nota da dívida de todos os estados da União Europeia. Em Nova York, a Fitch distribuiu comunicado em que aponta o fracasso dos líderes em apresentar uma solução ;abrangente; para o endividamento das economias europeias. ;Isso significa que a crise continuará em níveis de intensidade variados ao longo de 2012 e provavelmente depois, até que a região seja capaz de sustentar ampla recuperação econômica;, acrescentou a agência.

Atividade enfraquece
Não bastassem as dúvidas sobre a eficácia do acordo entre os países europeus, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) informou ter registrado uma ;desaceleração da atividade; das grandes economias em outubro, o que torna ainda mais difícil encontrar uma saída para a crise de endividamento. A agência de classificação Fitch revisou para baixo a expectativa de crescimento mundial para 2012 (2,4%) e 2013 (3%).

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