Economia

Resultado do comércio reflete desaceleração da economia nacional, diz IBGE

postado em 13/12/2011 15:06
A estagnação do volume de vendas do comércio varejista brasileiro em outubro deste ano, na comparação com setembro, reflete a atual situação de desaceleração da economia brasileira. A avaliação é do pesquisador Reinaldo Pereira, da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

;Não tivemos crescimento no comércio, o que está de acordo com o que estamos vivendo, que é esta desaceleração do crescimento da economia. Nós tivemos seis atividades [de comércio varejista] das dez que pesquisamos com sinal negativo [queda] e apenas quatro com sinal positivo [alta].;

Entre as dez atividades do comércio varejista ampliado, as únicas que apresentaram aumento no volume de vendas foram os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (3,6%), combustíveis e lubrificantes (0,6%), móveis e eletrodomésticos (1,1%) e livros, jornais, revistas e papelaria (2,7%).

De acordo com o pesquisador, a alta de 1,1% na venda de móveis e eletrodomésticos foi uma das principais âncoras que impediram a queda do volume do comércio em outubro. ;Por trás desse crescimento, temos aumento da renda e a estabilidade do emprego.;

Entre os setores que tiveram queda, o destaque fica com o de os veículos e motos, partes e peças, com redução de 2,8% no volume de vendas de setembro para outubro. Comparando-se com outubro do ano passado, houve queda ainda maior, de 4%.

;O governo aumentou o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] dos automóveis importados, o que aumentou o preço dos automóveis. Em segundo lugar, acredito que houve muitas vendas em 2009 e 2010, então há uma saturação do mercado;, disse.

Segundo Pereira, é preciso esperar para ver o impacto das medidas adotadas pelo governo federal, como a redução de IPI para eletrodomésticos da linha branca e da taxa de juros, no comércio varejista nos próximos meses.

;O governo vem atuando da mesma forma como atuou em 2008. Quando percebeu que poderia ser atingido pela crise financeira internacional, tomou medidas de incentivo ao comércio interno e foi justamente o que segurou em 2008. Medidas semelhantes estão sendo tomadas agora, então acredito que poderemos ter o comércio interno mostrando resultados favoráveis;, disse.

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