postado em 14/12/2011 08:32
O comércio está apostando tudo nas reduções de impostos para aumentar as vendas neste Natal. Depois da ligeira elevação de 1,1% em outubro em relação a setembro, conforme divulgado ontem pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os lojistas esperam por uma recuperação em dezembro. O que deve ajudar o varejo a elevar o volume de vendas são as medidas anunciadas pelo governo, como a maior facilidade no crédito e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca, como eletrodomésticos.
O temor é de que o ritmo menor de vendas se estenda até os últimos dias do ano. ;No mercado, está se percebendo uma retração nas vendas;, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Segundo ele, o consumidor também está mais cauteloso diante dos preços altos. Cover adiantou que as intenções de investimento das indústrias do segmento devem registrar queda de 10% até o fim deste mês. ;Já é uma reação à desaceleração nos últimos meses, que mexe um pouco com o humor na indústria. Não é uma crise. É apenas uma retração;, avaliou.
Para o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira, é preciso aguardar os efeitos das medidas de redução de impostos. ;Estamos na expectativa de como o varejo vai reagir daqui para frente, pois, com a proximidade do Natal, não tem como dizer que as vendas não melhoram;, afirmou.
Vestuário
O gerente de vendas de uma loja de material de construção do Distrito Federal, Denilson Lucena, afirmou que, em outubro, as vendas foram bem fracas, cerca de 5% menores ante o mês anterior. Em novembro, o recuo chegou a 5,5%. ;De fato, o volume de clientes em outubro foi reduzido, em torno de 20%. Em dezembro, as vendas devem fechar com queda de 13% em relação a igual mês de 2010;, lamentou.
Mas o setor do vestuário comemorou os resultados, diante de tanta procura pelos consumidores. Gerente de uma loja de vestuário feminino, Jaciane Paula observou que o ritmo de crescimento do estabelecimento foi fraco até setembro, em torno de 20%. Já em outubro, saltou para 45%. Para aproveitar as facilidades e o desconto no pagamento à vista, a professora aposentada Ana Leal, 69 anos, correu a uma das lojas do Distrito Federal para garantir a roupa nova do ano-novo. Ela observou que os preços estão mais caros, mas ficou interessada na facilidade do crédito oferecido.
Ana pretende comprar um vestido de até R$ 300, valor que deve ser dividido em três parcelas. ;Gostei da vantagem dessa loja e do preço, mas ainda estou pesquisando para garantir as melhores condições de pagamento;, contou. A pedagoga Silvana Bittencourt, 48 anos, não perdeu tempo e comprou duas saias por R$ 290. Com o pagamento à vista, ela ganhou um desconto de 10% sobre o valor da compra. Caso contrário, ela pagaria R$ 29 a mais. ;Percebi que os preços das roupas estão mais caros do que ano passado. Fiquei satisfeita com o desconto e com os produtos;, relatou.