Economia

Economia encolhe 0,32% em outubro e derruba estimativas parao PIB em 2011

postado em 15/12/2011 08:59
Restrições retiradas por Tombini terão efeito pequeno em dezembro
O último trimestre do ano começou com a economia no vermelho. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), em outubro a produção do país encolheu 0,32% frente a setembro. O número surpreendeu o mercado, que esperava, no pior cenário, uma queda de 0,1%. Com o resultado negativo, cresceram as chances de que o indicador registre dois trimestres consecutivos de retração ; de julho a setembro, ele teve queda de 0,36%. Nesse cenário, os especialistas começam a reduzir as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) em 2011 e podem derrubar a estimativa para menos de 2,8%.

Na avaliação do mercado, a dinâmica da indústria tem sido modesta e o setor de serviços e o comércio também entraram em desaceleração. ;A fraqueza na indústria se deve a problemas de competitividade, enquanto a debilidade nas vendas no varejo vem de uma combinação de crédito ainda restrito com um aperto no orçamento das famílias causado por uma inflação mais elevada;, observou Marcos Fernandes, economista do HSBC.

Consumo
Todos esses fatores, segundo Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Arab Banking Corporation (ABC Brasil), influenciaram o resultado negativo de outubro e devem fazer de novembro mais um mês fraco, no máximo com uma leve recuperação. ;Apenas no último mês do ano veremos uma recuperação mais robusta;, calculou.

Na visão de Leal, as ações de estímulo ao consumo, anunciadas pelo Ministério da Fazenda, e a decisão do presidente do BC, Alexandre Tombini, de retirar algumas das chamadas medidas macroprudenciais adotadas no fim do ano passado para frear a inflação devem fazer efeito, mesmo que pequeno, já em dezembro. Ainda assim, nada que possa levar o PIB a se expandir acima de 0,4% no último trimestre. Esse número, porém, ainda pode ser revisado para baixo. ;Para o IBC-Br do trimestre não ficar negativo ou zerado, o país precisa crescer, na média, 0,6% nos últimos dois meses do ano ; o que é impossível para novembro;, afirmou Leal. Para 2012 a perspectiva é de um primeiro trimestre ruim e um segundo e terceiro de recuperação. ;Somente no segundo semestre teremos números fortes;, disse.

Deficit cambial
A saída de dólares do país atingiu US$ 424 milhões nos primeiros nove dias de dezembro, segundo divulgou ontem o Banco Central. Em novembro, as remessas haviam alcançado US$ 942 milhões, volume bem superior aos US$ 134 milhões de outubro. Segundo o BC, o principal responsável pelo aumento da saída de divisas no início deste mês foi o chamado segmento financeiro, que registra operações como pagamento de dívidas e remessas de juros e dividendos. Essa conta ficou negativa em US$ 890 milhões, enquanto o movimento comercial (exportações e importações) teve saldo positivo de US$ 465 milhões no período.

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