Vera Batista
postado em 23/12/2011 11:12
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, colocou em dúvida a projeção do Banco Central de que o crescimento da economia brasileira vá se limitar a 3,5% em 2012. Em um café da manhã com jornalistas, ontem, ele reafirmou sua estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) terá expansão entre 4,5% e 5%, argumentando que os cálculos da Fazenda levam em conta cenários diferentes e mais completos, sempre atualizados, porque são utilizados nos orçamentos anuais. ;A gente acha que vai dar um pouco mais. O Banco Central leva em consideração a manutenção dos juros. Nós contamos com uma queda nos juros e uma taxa de câmbio mais favorável;, disse o ministro, ao reforçar que o governo já administrou parte dos impactos da crise. ;A previsão do Banco Central é mais precisa sobre inflação e menos precisa em relação ao crescimento. Nós usamos variáveis diferentes;, afirmou.
Em 2011, mesmo tendo estagnado no terceiro trimestre, a economia vai apresentar crescimento entre 3% e 3,5%, segundo Mantega, que, no início do ano, previa um avanço de 5% na produção nacional. Bem-humorado e sorridente, ele disse que o desempenho poderia ter sido mais robusto, chegando a 4%, se não fossem os impactos da crise europeia e da lenta recuperação dos Estados Unidos. ;A crise internacional teve um impacto de 0,5 a 1 ponto percentual no PIB, por causa da queda na demanda externa;, explicou.
Inflação
No mesmo tom, ele avisou que a inflação não vai ;de jeito nenhum; estourar o teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%, em 2011 ;Acredito que não vou receber a carta do Banco Central;, disse. De acordo com o decreto que instituiu a política de metas de inflação, em caso de descumprimento do objetivo, o BC deve encaminhar uma carta aberta à Fazenda explicando as razões pelas quais o alvo não foi atingido. ; Desde 2005, a inflação tem se mantido dentro dos
limites. Acho que neste ano vai ficar em 6,5% ou até abaixo disso;, garantiu o ministro. Para 2012, a previsão é de um indicador ainda mais comportado: 4,7%.
Mantega reconheceu que 2011 ;não foi um ano fácil;, mas ponderou que ele também não se mostrou tão ruim como 2008, até agora o auge da crise econômica global. ;Vamos terminar o ano como o sexto maior PIB mundial, em US$ 2,4 trilhões. Passamos a Itália e agora, diante de nós, temos os grandes. Poderemos passar a França nos próximos anos;, disse. Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e França tem PIB maior do que o brasileiro. ;O Brasil só perde, em termos de crescimento, para a China e se consolida entre as 10 maiores economias do mundo. Temos que ter orgulho disso.;