Economia

Terminal JK tem segundo maior atraso de voos, perdendo só para Congonhas

Rosana Hessel
postado em 24/12/2011 08:53

A servidora Sílvia Pires embarcou para Miami com os filhos Luiz Henrique e Raíssa sem qualquer tumulto

O dia mais crítico para quem viaja de avião antes das comemorações do Natal acabou tendo menos transtornos do que o esperado, para alívio da presidente Dilma Rousseff, que acompanhou o assunto de perto. A ameaça de greve geral dos funcionários do setor aéreo, marcada para anteontem (22), foi dissolvida ao longo da semana com a ajuda das divergências entre sindicatos e do Palácio do Planalto, que entrou em cena para que os empregadores fizessem uma nova proposta de reajuste aos funcionários de solo (aeroviários) e de bordo (aeronautas). Com isso, a média dos atrasos dos voos em mais de 30 minutos ficou em 13,6%, ou seja, 352 das 2.588 decolagens programadas até as 21h de ontem, conforme dados da Infraero. Desse total, 72 (2,8%) foram cancelados.

Cinco cidades tiveram paralisações parciais apenas dos aeroviários ontem, até o meio-dia: Brasília, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte (Confins) e Rio de Janeiro (Galeão). O Aeroporto Juscelino Kubitschek, operou sem maiores complicações e o movimento dos passageiros no saguão estava aparentemente mais tranquilo do que no fim de 2010. Dos 193 pousos e decolagens programados em Brasília, 37 (19,2%) tiveram atrasos e apenas um foi cancelado até as 21h. O JK teve o segundo maior número de voos operados fora do horário entre os 67 terminais administrados pela Infraero. A liderança ficou com Congonhas, em São Paulo, que teve 53 voos (23,3%) atrasados. Dos 227 operações programadas no terminal da Zona Sul paulistana, 16 foram canceladas.


O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) não aceitou a nova proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que elevou de 6,17% para 6,5% o índice de reajuste salarial, feita na quinta-feira (22), e fez paralisação de 24 horas, encerrada ao meio-dia de ontem. Já o Sindicato Nacional dos Aeronautas, única representação dos profissionais de bordo, e alguns sindicatos de aeroviários em vários estados como Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Porto Alegre, e até mesmo o do Aeroporto de Guarulhos, o maior do país, resolveram não aderir à greve e aceitaram a nova correção nos rendimento.

Negociação
Na quarta-feira, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, concedeu liminar favorável ao Snea determinando que, no mínimo, 80% do pessoal estivesse em seus postos nos dias 23, 24, 29 e 30. Caso não respeitassem a decisão, os sindicatos seriam multados em R$ 100 mil por dia. O Sindicato dos Aeroviários não soube informar qual foi o percentual de adesão à paralisação, mas garantiu que foi ;foi grande;. No entanto, a Infraero divulgou ontem assegurando que as manifestações não afetaram o movimento dos aeroportos. Segundo o comunicado, ;atrasos acima de 30 minutos até as 17h30 de ontem eram 41,6% inferior ao registrado na sexta-feira anterior ao Natal de 2010;.

As companhias e os aeroviários sentarão à mesa para a negociar em Brasília na próxima segunda-feira. De acordo com o sindicato que representa os trabalhadores, foi marcada uma audiência de conciliação no Ministério do Trabalho. No dia seguinte, haverá uma assembleia para que os trabalhadores votem a proposta apresentada na sede do gabinete do ministro interino, Paulo Roberto dos Santos Pinto.

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