O Banco do Brasil aproveitou a saída do vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais, Allan Simões, para mexer na diretoria da instituição. Demitido por solicitação da diretoria executiva do banco, em decisão do Conselho de Administração na noite de terça-feira, Simões seria substituído interinamente por outro vice-presidente, Paulo Caffarelli, responsável pela área de Novos Negócios de Varejo e Cartões. Durante algum tempo, ele acumularia as funções.
Não foi o que aconteceu. Ontem, o BB mais uma vez surpreendeu o mercado ao colocar Caffarelli no lugar de Simões definitivamente. Em seu lugar, também em caráter definitivo, assume Alexandre Abreu, que até então respondia pela vice-presidência de Varejo e Distribuição. Para o posto de Abreu, foi promovido Dan Courado, diretor de Distribuição em São Paulo. Todos são funcionários de carreira da instituição, afinados com o presidente do banco, Aldemir Bendine.
A demissão de Allan Simões não foi explicada oficialmente pelo BB. Segundo uma versão corrente entre os funcionários, ele vinha se desentendendo com Bendine, que está na presidência do banco desde abril de 2009. O motivo seria a avaliação de risco de grandes clientes, com os quais o BB possui operações volumosas. Também comenta-se na instituição que Simões, assediado por empresas e bancos privados, teria perdido o ;foco;.
A atuação internacional do BB, que durante o comando de Simões se voltou para a América Latina e a África, além da compra de um pequeno banco nos Estados Unidos, não sofre críticas. O BB assegura que nenhuma agência no exterior dá prejuízo e que a área internacional vem crescendo dentro dos resultados apresentados anualmente pelo banco. A aposta externa faz parte da estratégia do próprio governo. ;O Banco do Brasil tem de estar onde as empresas e os brasileiros estão;, disse Caffarelli em café da manhã com jornalistas esta semana.
A diretoria executiva do BB tem mandato de três anos, sendo permitida a reeleição. O presidente da instituição é nomeado pela Presidência da República. Os vices-presidentes e diretores são eleitos pelo Conselho de Administração, cujo presidente é o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, mediante indicação do presidente do banco. Os cargos de diretores são privativos de funcionários de carreira.
Banco amplia rede de atendimento
; Pedro Rocha Franco
Depois de bater recordes de lucro em 2011, o Banco do Brasil prepara uma série de investimentos em Minas Gerais para ter a maior rede de distribuição do estado. No ano que vem, o BB prevê a abertura de 74 agências, quatro superintendências regionais (Barbacena, Ipatinga, Sete Lagoas e uma exclusiva para clientes de alta renda em Belo Horizonte) e 920 postos de atendimento do Banco Postal em parceria com os Correios. Com isso, vai atingir todos os municípios mineiros.
Hoje, o BB tem 490 agências em operação no estado. Com o Banco Postal, o alcance da rede bancária praticamente triplicará, passando para 1.484 o número de postos de atendimento. Nas agências do Banco Postal, o cliente poderá receber convênios, fazer empréstimos para pessoas físicas e jurídicas e abrir contas, entre outros serviços. ;Queremos estar em todos os rincões de Minas. Talvez, o BB tenha tido um olhar de certas classes para cima. Mas, hoje, o atendimento é para todas as rendas;, disse o vice-presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável, Robson Rocha.
Crédito
Considerando o período de janeiro a setembro, a instituição financeira registrou lucro recorde de R$ 9,154 bilhões, numa alta de 18,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas no terceiro trimestre, o ganho líquido foi de R$ 2,891 bilhões, com crescimento de 10,1%. O resultado foi impulsionado pelas operações de crédito.
A carteira de crédito do sistema financeiro em Minas é de aproximadamente R$ 100 bilhões e o BB representa cerca de 30% desse total. Com previsão de crescimento de 20% para 2012, perspectiva superior à de outras instituições, a tendência é que a carteira do BB seja ainda mais representativa. Na lista de principais investimentos, estão as aplicações no financiamento agrícola. Na safra 2010/2011, elas atingiram R$ 5,9 bilhões e devem crescer 18% no próximo período, atingindo R$ 7 bilhões.
;É um valor que se deve à parceria com o governo do estado;, afirmou Rocha. Com os investimentos, novas vagas devem ser criadas em todo o estado para suprir a demanda. De 2006 para cá, o número de funcionários do banco na ativa subiu de 7,8 mil para 10,5 mil, tendo crescido 34,6% em cinco anos ; 600 postos foram abertos neste ano.
Em julho, está prevista a inauguração da quarta unidade do Centro Cultural Banco do Brasil. Além de BH, a principal ação cultural do BB está presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A abertura da unidade, segundo Rocha, é a confirmação do empenho em investir no setor cultural. Ele cita os números aplicados pela Fundação Banco do Brasil ao longo do ano. Ao todo, foram destinados R$ 111 milhões em 808 projetos, sendo R$ 16,2 milhões em Minas, o equivalente a 14,59% do montante.