Agência France-Presse
postado em 30/12/2011 13:17
O novo governo conservador espanhol anunciou nesta sexta-feira um primeiro pacote de medidas de rigor no valor de 8,9 bilhões de euros (cerca de 11,53 bilhões de dólares) para combater um déficit público que, segundo afirmou, se situará em torno de 8% do PIB em 2011."O primeiro dos pedidos adotados pelo conselho de ministros é um acordo de não disponibilidade (do gasto) no valor de 8,9 bilhões de euros", afirmou a ministra porta-voz, Soraya Sáenz de Santamaría, em uma coletiva de imprensa ao término da reunião do executivo de Mariano Rajoy.
A número dois do governo também anunciou que o déficit público da Espanha se situará neste ano em torno de 8% do PIB, e não de 6%, como havia previsto o governo anterior socialista de José Luis Rodríguez Zapatero."O desvio que ocorreu em relação ao déficit orçamentário é substancialmente muito superior (...) do que havia sido comunicado e comprometido pelo governo anterior", disse Sáenz de Santamaría.
"Estamos diante de uma situação extraordinária e imprevista" que ocasionará medidas de rigor "extraordinárias e imprevistas", acrescentou a porta-voz, que também é vice-presidente do governo e ministra da Presidência. Entre as medidas decididas nesta sexta-feira, incluem-se "manter o congelamento do salário dos funcionários públicos", aplicado já neste ano pelo governo de Zapatero, depois de tê-los reduzido em 5% em 2010.
O novo executivo conservador também decidiu que não serão substituídas as vagas em aberto de todas as administrações públicas, com exceção dos serviços básicos como educação, saúde e forças de segurança. "Os funcionários públicos voltam a ser os bodes expiatórios para aliviar as contas deficitárias do Estado", disse o sindicato União Geral de Trabalhadores (UGT) em um comunicado.
Rajoy já havia anunciado que seu governo aplicará grandes cortes orçamentários para reduzir o déficit a 4,4% do PIB em 2012. Estes cortes seriam de 16,5 bilhões de euros (cerca de 21,34 bilhões de dólares) se o déficit de 2011 se situasse em 6%, como o previsto, mas advertiu que seriam aumentados em 10 bilhões de euros por cada ponto percentual adicional.
O governo também anunciou nesta sexta-feira "um aumento temporal de determinados impostos" para "aqueles cidadãos que ganham mais ou possuem mais", entre eles o imposto sobre a renda.