Economia

Títulos públicos foram os investimentos mais rentáveis em 2011

Vera Batista
postado em 01/01/2012 09:28
Os títulos públicos foram um dos investimentos mais rentáveis em 2011. A taxa de retorno, descontados os custos, só não foi maior do que a valorização do dólar, de 12,2%. Segundo cálculos de Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, quem aplicou R$ 5 mil no início do ano ganhou, no mínimo, 9,61% nos papéis prefixados (juros determinados na hora da negociação) e embolsou R$ 5.480,46. No caso dos pós-fixados (ganhos definidos no resgate), o retorno foi de 11,39%, com o montante chegando a R$ 5.569,27.

Para facilitar o acesso dos poupadores, o governo criou, em 2002, o programa Tesouro Direto, que funciona pela internet. O valor mínimo de aplicação é de R$ 100. O sucesso pode ser traduzido em números. Segundo balanço divulgado pelo Tesouro Nacional, foram vendidos R$ 267 milhões em títulos em novembro, numa alta de 16,08% frente a outubro. Entre 2010 e 2011, esse montante cresceu 39,03%. ;Planejamento é fundamental. O investidor precisa levar em conta a conjuntura e avaliar quanto vai aplicar e quando vai precisar do dinheiro;, explica Agostini. A tendência atual é de redução dos juros para um dígito e taxa de inflação em declínio. O cenário favorece, portanto, os papéis prefixados.

Para especialistas, vale a pena investir em títulos públicos se for por um período longo. Mas nem sempre é interessante financeiramente carregar o mesmo papel até o vencimento, explica Silvio Alexandre, diretor da corretora Novinvest. ;Não adianta fazer uma boa opção de compra e sair na hora errada e com prejuízo;, observa Harold Thau, da Técnica Assessoria. Ele destaca também que ainda há burocracia excessiva e que isso atrapalha o investidor. ;O cidadão entra sozinho no site e dá início à operação, mas é obrigado a se registrar em uma corretora e a criar uma senha específica para concretizar o negócio.;

Previdência
Além dos títulos públicos, uma opção que concentra conservadorismo e rentabilidade é a previdência privada, sobretudo em meio ao cenário turbulento provocado pela crise global. Segundo educadores financeiros, quanto maior o prazo de uma aplicação, as perdas tendem a se diluir ; e esses dois produtos, previdência e títulos do Tesouro, carregam como característica básica a segurança. Os gestores dos fundos de previdência são cautelosos, põem a maior parte dos recursos em renda fixa, têm metas de rentabilidade, fazem aplicações diversificadas e os produtos são de resgate a longo prazo.

;É um tipo de investimento que acompanha a pessoa do dia do nascimento ao falecimento. Tem um ciclo de duração muito longo;, explica Sandro Bonfim, gerente de Inteligência de Mercado da Brasilprev. Quando se investe em previdência privada, o dinheiro pode ser aplicado pelo administrador em diversos produtos financeiros, a exemplo de ações, títulos públicos e fundos de investimento de renda fixa e variável.

Especialistas consideram a previdência privada uma excelente poupança: além de ter a segurança da renda fixa, remunera mais que a tradicional caderneta. É preciso ficar atento às taxas de administração, que variam de 1,5% a 2%. Há também a taxa de carregamento, que varia entre 3% e 5% e fica para a instituição financeira devido aos custos da operação. Porém, ela tende a se reduzir com o tempo, à medida que os valores se acumulam. (VM e VB)

PGBL e VGBL
Os planos de previdência se destinguem entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). A diferença básica está na tributação. No PGBL, você pode deduzir as contribuições do Imposto de Renda e aumentar a restituição. Já o VGBL é mais interessante para quem faz declaração simplificada ou para os profissionais que não têm o imposto debitado na fonte, a exemplo dos autônomos. A maior vantagem da previdência está na renda certa para o beneficiário na velhice.

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