postado em 05/01/2012 08:41
A Ford aposta nos números recordes dos mercados emergentes e na retomada das vendas nos Estados Unidos para continuar crescendo em 2012. Ontem, a montadora realizou, simultaneamente em Brasília e Nova Délhi (Índia), a apresentação mundial do Novo EcoSport, concebido pela equipe de mil engenheiros do seu centro de desenvolvimento em Camaçari (BA). O modelo global será colocado à venda este ano em 100 países, sem ainda ter data e preço previstos. Ele começará a ser montado no Brasil, na Índia e na Tailândia, para atender a clientela sul-americana, africana e asiática. Marcos de Oliveira, presidente da Ford para o Brasil e a América do Sul, informou que a estratégia do grupo é atender seus principais mercados com produção local do EcoSport. ;O Brasil se consolidou como terceiro maior comprador da marca e continua sendo visto com bons olhos;, disse ele na apresentação do novo carro. O executivo reconheceu que a montadora negocia com o governo os percentuais mínimos de nacionalização dos veículos para evitar a sobretaxa no Imposto de Produtos Industrializados (IPI).
De toda forma, lembrou que a competitividade do setor depende atualmente mais de outras políticas, sobretudo na área de infraestrutura de transportes. Sua expectativa é de que o mercado automotivo brasileiro volte a acelerar no segundo semestre, apresentando desempenho de vendas novamente acima da média mundial. A Ford está investindo US$ 4,5 bilhões no país para ampliar a capacidade de produção de 250 mil para 300 mil veículos por mês.
;Não parece sustentável manter um crescimento de 16%, como vimos nos últimos quatro anos, mas temos tudo para continuar avançando, considerando o grande potencial de mercado no país, que tem a proporção de um carro para cada seis habitantes. Nos EUA, essa relação é de um para um;, sublinhou.
Inovação
O lançamento antecipado de um veículo concebido no Brasil surge um ano antes da entrada em vigor da nova política industrial automotiva, que assegurará isenções de impostos às montadoras que investirem pelo menos 0,5% do faturamento em pesquisa e inovação, além de produzirem carros com 65% de peças fabricadas no país. Desde o ano passado, o governo esboça um novo marco para o setor, representado pela barreira do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos importados.